Foi a mãe quem deu falta da bebé esquecida no carro. Pai arrisca até 10 anos de prisão

Foi a mãe quem se apercebeu da ausência de Madalena na creche, o que levou a que o pai depois se deparasse com a filha ainda no carro. O corpo da bebé vai ser submetido a uma autópsia.

Há novas informações sobre o caso de Madalena, a bebé de 10 meses que morreu após o pai a deixar no carro no parque de estacionamento da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCT) do Monte de Caparica, em Almada, durante cerca de sete horas.

De acordo com o JN, foi a mãe da criança quem deu pela sua falta quando se apercebeu que a bebé não estava na creche, como era costume. Habitualmente, era o pai, que dirige um departamento na FCT, quem deixava a menina na creche da Faculdade antes de ir trabalhar.

Na manhã de terça-feira, um imprevisto levou a uma mudança na rotina do progenitor, que acabou depois por se esquecer da bebé no carro. Tudo indica que o pai estava convencido que tinha deixado a filha na creche e só se apercebeu do seu esquecimento quando a companheira lhe perguntou sobre o paradeiro da criança.

A menina morreu no local e as tentativas de reanimação, inicialmente por uma aluna ex-bombeira e depois pelos técnicos do INEM, não tiveram sucesso. O carro tinha também vidros escurecidos, o que impediu que as pessoas que passaram pelo local tivessem notado que a menina lá estava.

O casal, que tem mais três filhos, ficou em choque com a morte e foi assistido no local por psicólogos do INEM. Está ainda a ser apurada a razão pela qual a creche não terá ligado aos pais a perguntar sobre a ausência da bebé.

O caso está agora a ser investigado pela Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, que já recolheu os depoimentos dos pais. A viatura também foi levada para ser alvo de perícias. O Ministério Público abriu um inquérito e o corpo vai ser submetido a uma autópsia para se apurarem as causas da morte.

O sistema de videovigilância da FCT também deve ser usado pela PJ de Setúbal na investigação ao caso, segundo o Correio da Manhã. Os investigadores querem perceber a hora exata da chegada do pai da menina ao estacionamento e reconstruir o percurso desde que saiu do carro até ao momento em que regressou e se deparou com a bebé inconsciente.

Tudo aponta para um cenário de negligência sem qualquer dolo, podendo o pai ter de responder por homicídio por negligência ou crime de exposição ou abandono. No primeiro caso, incorre numa pena máxima de cinco anos; no segundo, pode enfrentar uma pena de prisão de até 10 anos.

ZAP //

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