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Maduro rejeita ultimato europeu. “É uma insolência total”

Cristian Hernandez / Lusa

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, rejeitou o ultimato lançado por vários países europeus, que lhe deram oito dias para convocar eleições na Venezuela, declarando que o seu país não está “ligado” à Europa.

“Eles deveriam retirar este ultimato. Ninguém pode fazer-nos um ultimato”, declarou Nicolás Maduro numa entrevista ao canal CNN Turk, citada pelas agências internacionais.

Madrid, Paris, Berlim, Lisboa, Londres e Bruxelas exigiram no sábado que Maduro convoque eleições na Venezuela no prazo de oito dias, caso contrário estas capitais reconhecerão Juan Guaidó como “Presidente interino”, com a responsabilidade de organizar eleições. Gaidó é o presidente da Assembleia Nacional venezuelana e proclamou-se chefe de Estado interino do país.

“Se alguém quiser abandonar o país, pode fazê-lo. A Venezuela não está ligada à Europa. Isto é uma insolência total“, afirmou Maduro. Para o Presidente venezuelano, “a Europa está uma vez mais a cometer um erro em relação à Venezuela. Consideram a nossa história como inexistente, apesar de 200 anos de independência”.

“Menosprezar-nos porque somos do Sul é insolente”, acrescentou.

“Vamos estabelecer a paz e continuar a condenar estes eventos, como fizemos no Conselho de Segurança [das Nações Unidas no sábado]. Todas estas mentiras são obra dos Estados Unidos. Eu estou aberto ao diálogo”, afirmou.

A Venezuela rejeitou, desde logo, a exigência de eleições das seis capitais europeias e da UE pela voz do seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Jorge Arreaza, que em declarações no Conselho de Segurança das Nações Unidas no sábado disse: “A Europa dá-nos oito dias de quê? (…) de onde tiraram a ideia que podem dar-nos ultimatos?”.

Para além da Espanha, França, Alemanha, Portugal, Reino Unido e Bélgica, também o bloco dos 28 Estados europeus, pela voz da Alta Representante da União Europeia para Política Externa, Federica Mogherini, advertiram Caravas de que a UE tomará “novas medidas”, incluindo o reconhecimento da liderança do país, se não forem convocadas eleições na Venezuela nos “próximos dias”.

Entretanto, os Estados Unidos, Canadá, e vários países sul-americanos, incluindo o Brasil, a Colômbia e a Argentina, já reconheceram Juan Gaidó como líder interino da Venezuela.
Em reação, Maduro anunciou a rutura das relações diplomáticas com os Estados Unidos, principal importador do petróleo venezuelano.

Também Israel, através do seu primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, reconheceu este domingo o “novo poder” na Venezuela, corporizado pelo presidente do parlamento, Juan Guaidó, numa mensagem de vídeo difundida nas redes sociais.

Para além da Rússia, China e o Irão, a Turquia e o seu líder conservador islamita, Recep Erdogan, é um dos mais importantes aliados políticos e económicos de Maduro.

ZAP // Lusa

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