“Se a coisa estiver muito apertada”, Madeira pode decidir quem vence o duelo Rio vs Rangel

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ppdpsd / Flickr

Rui Rio e Paulo Rangel conversam durante o Conselho Nacional do PSD

Rui Rio, presidente do PSD, e Paulo Rangel, candidato à liderança social-democrata

A Madeira vale mais votos que Viseu, Faro, Setúbal, Santarém, Guarda, Bragança, Évora ou Viana do Castelo.

Apesar de Madeira, Açores, Porto, Braga, Área Metropolitana de Lisboa e Aveiro representarem mais de 65% dos “militantes social-democratas ativos”, os arquipélagos perdem força na hora do voto.

Isto acontece porque a quota de quase 13% de militantes ativos nos Açores cai para pouco mais de 1% com quotas pagas, enquanto que na Madeira passa de quase 11,7% para quase 5%.

Contas feitas pelo Diário de Notícias indicam que dos 10.792 militantes do PSD/Açores só cerca de 500 podem votar; e dos 9.754 do PSD/Madeira quase 1.700.

Fonte do partido explicou que, “ao contrário do continente”, nos Açores “o militante não é suspenso por não pagar quotas, porque não existe essa obrigatoriedade”. No entanto, “só podem votar nas eleições diretas nacionais os militantes açorianos que cumpram com as regras nacionais do PSD, nomeadamente ter a quota paga”, acrescentou Luís Pereira, secretário-geral do PSD/Açores.

Já na Madeira, é obrigatório ter as quotas em dia para eleger ou ser eleito. Contudo, o conceito de militante ativo é diferente do continente. “Aqui são três anos, em lugar dos dois do PSD nacional”, elucidou José Prada, secretário-geral do PSD/Madeira.

Madeira pode ajudar a decidir

O PSD vai a votos a 27 de novembro e os distritos do Porto, Braga, Aveiro e Área Metropolitana de Lisboa são decisivos, uma vez que concentram mais de metade dos militantes com quotas pagas e, portanto, os que podem votar.

“É aqui que tudo se decide, mas se houver um taco a taco até ao fim, pode acontecer que, de repente, distritais mais pequenas sejam as que decidam quem vence”, disse um dirigente nacional ao DN.

A Madeira preocupa os mais próximos de Rui Rio. O líder do partido irá muito provavelmente esta semana ao arquipélago cumprir uma visita que ficou por fazer. No entanto, há quem entenda que a deslocação pode estar relacionada com a influência de Paulo Rangel na região.

“Há uma preocupação de neutralização de Paulo Rangel que tem como mandatário Rui Abreu [ex-secretário-geral do PSD/Madeira], o homem que conseguiu a filiação de muita gente e trabalhou a vitória de Miguel Albuquerque para o governo regional e a de Miguel Pinto Luz na Madeira, nas eleições diretas de 2020, cujos votos acabaram invalidados por não ter sido cumprido o regulamento das quotas. E portanto tem ainda, digamos assim, uma rede extensa de apoiantes”, começou por explicar fonte social-democrata.

“A visita não é apenas cumprir o calendário. Há essa preocupação com Rangel”, acrescenta, afirmando que a Madeira “vale mais votos que Viseu, ou Faro, ou Setúbal, ou Santarém, ou Guarda, ou Bragança, ou Viana do Castelo, ou Évora, por exemplo, que vale para aí 500 ou 600 votos”.

Mas a balança tem sempre dois pratos e, do lado de Rio, há Alberto João Jardim, que “ainda tem peso e influência eleitoral, tem obra feita, que ainda consegue convencer os indecisos que ouvem o que ele diz”.

“Se se chegar aos 2000, 2500 militantes com quotas pagas, a Madeira pode ser muito importante na decisão nacional. Se a coisa estiver muito apertada, pode muito bem acontecer que a Madeira possa decidir quem vai ganhar”, afirma a mesma fonte.

O Conselho Nacional aprovou a marcação de eleições diretas para escolher o próximo presidente do PSD para 27 de novembro. Já o Congresso do partido decorre entre 17 e 19 de dezembro.

ZAP //

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