Líder centrista François Bayrou é o novo primeiro-ministro francês escolhido por Macron

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Caroline Blumberg / POOL / EPA

Não é de esquerda, mas também não é de direita. Macron quer acalmar os ânimos, e escolheu o ex-ministro da Educação que já foi candidato à presidência para assumir o cargo de Barnier.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, nomeou hoje o aliado centrista François Bayrou como novo primeiro-ministro, depois de uma votação parlamentar histórica ter derrubado o anterior governo de Michel Barnier a 4 de dezembro.

François Bayrou, de 73 anos e bem conhecido na política francesa há décadas, ficou “encarregue de formar um governo” segundo um comunicado de imprensa da Presidência a que a Lusa teve acesso.

Este será o quarto chefe de Governo francês desde a reeleição de Macron em abril de 2022 para um mandato de cinco anos.

O experiente Bayrou, líder do partido centrista MoDem (Movimento Democrático) recentemente ilibado num caso de alegado desvio de fundos do Parlamento Europeu, terá que sobreviver à censura parlamentar e restaurar a estabilidade do país, uma vez que nenhum partido detém a maioria na Assembleia Nacional.

De acordo com o Le Monde, o desafio para o novo primeiro-ministro é agora o de construir uma maioria relativa estável na Assembleia Nacional, a fim de evitar uma possível censura e aprovar projetos de lei. Mas, tal como Michel Barnier antes dele, o jornal aponta que isso não será fácil para o presidente do MoDem.

No entanto, na sexta-feira de manhã, o chefe de Estado avisou François Bayrou, por telefone, de que não seria nomeado primeiro-ministro, antes de ter uma longa reunião com ele no Palácio do Eliseu.

De acordo com informações do Le Monde, durante essa reunião, Macron ofereceu ao líder do MoDem a possibilidade de ser o número dois de um governo liderado por Roland Lescure. François Bayrou rejeitou a ideia e, em contrapartida, levantou a hipótese de abandonar a coligação presidencial.

Perante a possibilidade de um impasse e de uma rutura com o seu principal aliado, Emmanuel Macron acabou por mudar de ideias e optou por nomear François Bayrou.

A priori, Bayrou deverá poder contar com os 36 deputados do MoDem, os 93 eleitos do Ensemble pour la République e os 34 do grupo Horizontes.

Mas permanece a incerteza quanto à posição dos eleitos de Laurent Wauquiez, de La Droite Républicaine, ou dos grupos de esquerda — Socialistas, Ecologistas e Comunistas.

A líder do partido socialista França Insubmissa, Mathilde Panot, já anunciou que o seu partido vai apresentar uma moção de censura contra o recém-nomeado primeiro-ministro, avança o Le Monde.

A presidente do grupo RN (Reagrupamento Nacional), Marine Le Pen, apelou ao novo primeiro-ministro, François Bayrou, para que “faça o que o seu antecessor não quis fazer: ouvir a oposição para construir um orçamento razoável e ponderado”.

Qualquer outra política que seja simplesmente uma extensão do ‘macronismo’, duas vezes rejeitado nas urnas, só pode levar ao impasse e ao fracasso”, escreveu também na rede social X.

ZAP //

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