M. Haifa 1-6 Benfica | “Chaimite compressor” garante apuramento histórico

Histórico. O Benfica terminou o Grupo H da Liga dos Campeões em primeiro lugar. Se o feito é de realce por ser um agrupamento com Paris Saint-Germain e Juventus, tudo ganha contornos ainda mais importantes pela forma como foi conseguido nesta última jornada.

Os “encarnados” bateram o Maccabi Haifa por 6-1, a maior goleada de sempre fora de casa dos homens da Luz na Champions, graças a cinco tentos apontados na segunda parte, e deixaram tudo empatado com o PSG, em pontos, vitórias, empates, golos marcados e sofridos (16-7).

Contudo, os nove tentos marcados fora de casa, contra os seis dos franceses, acabaram por assegurar o primeiro posto e a entrada no sorteio dos oitavos-de-final como cabeça-de-série. Destaque para o facto de os seis golos terem sido marcados por seis jogadores diferentes.

Os israelitas tentaram, desde cedo, esticar o jogo com ataques muito rápidos para os seus velozes atacantes. Em contraponto, o Benfica trocava a bola calmamente, com ideia de pausar o jogo e tirar ao Maccabi a sua principal arma, a vertigem do seu futebol. E a estratégia ia resultando.

Aos nove minutos, Gonçalo Ramos desviou para o poste direito da baliza anfitriã e, aos 18, Rafa Silva arrancou um grande pontapé de fora da área para enorme defesa de Josh Cohen. Contudo, nada pôde fazer aos 20. Cruzamento da esquerda, Otamendi, na direita da área, amorteceu de cabeça e Ramos, também nas alturas, atirou colocado para o 1-0, ao quarto remate benfiquista, segundo enquadrado.

O Benfica controlava o jogo, mas aos 26 minutos o Maccabi empatou, de penálti, por Tjaronn Chery, a castigar mão na bola de Alexander Bah na grande área. O marcador do golo do Benfica, Ramos, acabou por sair aos 32 minutos, aparentemente por motivos físicos, bem como Aursnes, entrando Petar Musa e Chiquinho.

E até ao intervalo as duas equipas entraram de “folga”. Rafa Silva era o melhor do Benfica ao descanso, com um GoalPoint Rating de 6.0, com dois dribles certos em quatro, e o melhor em campo era Chery, o jogador do Maccabi que marcou o golo, com 6.8, com destaque para três passes para finalização.

Abir Sultan / EPA

Pouco mudou na segunda parte em relação ao cariz do jogo. O Maccabi continuou a ter pouca bola, porque o Benfica a escondia e mantinha o ritmo convenientemente lento, acelerando apenas no último terço. E perto da hora de jogo a estratégia voltou a dar resultado. Bah cruzou da direita e Petar Musa desviou de cabeça para o 2-1.

A superioridade benfiquista era evidente e mais ficou espelhada aos 69 minutos, quando Grimaldo fez o 3-1 num excelente livre direto, ao seu estilo.

Faltava o golo de Rafa Silva, que surgiu aos 73 minutos, num toque subtil sobre o guarda-redes, após recuperação e assistência de David Neres. Estava mais do que garantida a vitória, mas a “águia” não descansou. Aos 88 minutos foi a vez do recém-entrado Henrique Araújo fazer o 5-1, após assistência primorosa de Bah.

Faltava um golo para o Benfica garantir o primeiro lugar no Grupo H , que surgiu nos descontos, por João Mário.

Tudo igual entre Benfica e PSG, menos no primeiro critério de desempate em que tal não acontecia: mais golos em jogos fora de casa. E aí os “encarnados” registaram nove, contra seis dos gauleses.

Melhor em campo

Mais um jogo incrível de Grimaldo, que está a fazer uma das – se não a – melhores épocas de águia ao peito, e logo na última temporada de contrato.

O lateral terminou com um GoalPoint Rating de 9.2, graças a números pouco vistos: um golo, três remates, dois enquadrados, dois passes para finalização, 65 passes certos em 69 (94%), 106 ações com bola (máximo), incríveis 15 recuperações de posse (máximo), cinco ações defensivas no meio-campo contrário (máximo), seis desarmes (segundo valor mais alto), três interceções (máximo…) e dois bloqueios de remate. Estupendo.

Destaques do Benfica

Rafa Silva 7.7

Travar o atacante benfiquista é um problema. Rafa voltou a fazer o gosto ao pé, com um golo cheio de qualidade técnica, e esteve verdadeiramente endiabrado, completando quatro de nove tentativas de drible.

Alexander Bah 7.4

Que grande jogo do lateral. O dinamarquês teria terminado com uma nota bem mais alta se não tivesse cometido a grande penalidade que redundou no golo israelita, pois fez duas (excelentes) assistências em três passes para finalização, um passe de rutura, nove ofensivos valiosos (máximo), teve sucesso em três de cinco cruzamentos de bola corrida.

Além disso, foi o jogador com mais passes completos (70) e tentados (76), acertou todos os 16 passes longos, realizou incríveis 20 passes aproximativos, cinco super aproximativos e acumulou 99 acções com bola. Uff!

Henrique Araújo 7.3

Foram poucos os minutos em campo, mas o avançado tem essa característica… entra e marca. E voltou a fazê-lo, somando ainda dois passes para finalização.

Petar Musa 7.2

O croata entrou para o lugar do lesionado Gonçalo Ramos e marcou um excelente golo de cabeça, registando três remates, dois enquadrados, e dois duelos aéreos ofensivos ganhos em quatro.

João Mário 7.1

O golo que marcou, o sexto do Benfica, garantiu o primeiro lugar das “águias” no grupo. O médio esteve muito bem a ditar o ritmo que mais convinha aos portugueses, terminando com 91% de passes certos e excelentes 13 recuperações de posse.

Otamendi 7.0

Sólido quando teve de defender – registou dez recuperações de posse e outras tantas ações defensivas -, o central fez uma assistência, para o 1-0, acertou 93% dos passes que fez e completou os seis passes longos que tentou.

Chiquinho 6.9

O médio entrou para o lugar de Aursnes (tocado), ainda na primeira meia-hora de jogo, falhou somente dois de 33 passes (94%), completou três de quatro tentativas de drible e fez uma assistência. Agradável surpresa.

David Neres 6.6

O brasileiro passou ao lado do jogo durante parte do tempo…, mas de um momento para o outro recuperou uma bola e fez uma excelente assistência para o golo de Rafa. Neres somou ainda quatro conduções aproximativas e cinco desarmes.

Florentino 6.5

Ofensivamente discreto, o “trinco” voltou a varrer tudo, com cinco desarmes, três intercepções e sete recuperações de posse.

António Silva 6.4

Continuamos a ver o central registar ‘ratings’ acima de 6.0, uns atrás dos outros. O jovem falhou somente um de 55 passes, somou dez ações defensivas e conseguiu fazer três conduções aproximativas e uma super aproximativa, algo pouco visto em centrais.

Destaques do do Maccabi Haifa

Chery 5.9

O extremo fez o golo do Maccabi, de penálti, e quatro passes para finalização, máximo do jogo. Claramente os furos acima dos colegas, mas ainda assim pouco para este Benfica.

Pierre Cornud 5.6

O lateral-esquerdo fez o que pôde e ainda conseguiu bastante, pois David Neres esteve discreto quando encostado à linha. Terminou com sete passes longos certos em dez e três desarmes.

Resumo

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