Lucro do Banco de Fomento revolta empresários com apoios em atraso

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Tiago Petinga / Lusa

O ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.

Vários empresários com apoios em atraso estão “chocados com os lucros” do Banco Português de Fomento (BPF) no ano passado.

A instituição bancária criada em 2020 registou um aumento dos lucros em 135%, para quase 23 milhões de euros.

Ora, os empresários mostram-se revoltados com estes resultados, num ano em que muitos deles contavam com apoios que continuam por pagar, escreve o jornal Público.

Os resultados financeiros já foram apresentados há duas semanas, embora a vaga de críticas só se esteja a sentir agora.

Na altura, o banco liderado por Beatriz Freitas explicou que o aumento do lucro se deve sobretudo ao crescimento do produto bancário, que inclui a margem financeira e comissões e que cresceu 40% dos 32 milhões de euros para os 44,7 milhões.

Em declarações ao jornal, o presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP), Luís Miguel Ribeiro, não se mostra convencido.

“Seria muito interessante se esses 23 milhões de lucro resultassem de uma atividade importante do Banco de Fomento, do apoio às empresas e à economia. Mas anunciar um lucro que resulta de outros fatores não é de valorizar”, atira Luís Miguel Ribeiro.

Apesar da contestação dos gestores, o Banco Português de Fomento diz ter apoiado cerca de 13 mil empresas ao longo do ano passado. Estes apoios foram concedidos, segundo o ECO, através de 2,1 mil milhões de euros de financiamento por linhas de garantia mútua, do coinvestimento de quase 50 milhões em empresas através de instrumentos de capitalização, e do financiamento de 18,7 milhões em instrumentos de dívida.

Ainda assim, vários empresários, nomeadamente do Norte, criticam a “inoperância” do banco e o “desplante” de anunciarem lucros de 23 milhões de euros, quando o apoio às exportadoras, criado nesse mesmo ano, regista atrasos.

Paralelamente, a recente linha de crédito, no valor de 600 milhões de euros, para empresas afetadas pelo aumento do custa energia ainda não saiu do papel, um mês depois do anúncio.

Os empresários esperam “mais celeridade num momento em que enfrentam aumentos brutais nos custos”, segundo o presidente da AEP.

Para Beatriz Freitas, que se prepara para deixar a liderança do BPF, os resultados “resumem a enorme relevância que a instituição assume na promoção e no desenvolvimento económico de Portugal”.

ZAP //

1 Comment

  1. é verdade… criou-se um banco para apoiar as empresas e não passa de mais uma “empresa”.
    O objetivo do banco devia ser ajudar a economia e não o de gerar lucros…

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