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A Lua pode ser muito mais antiga do que se pensava

Marshall Space Flight Center / NASA

O novo estudo sugere que a Lua é 100 milhões de anos mais antiga do que o inicialmente sugerido pela “hipótese do grande impacto”.

Cientistas do Instituto de Geologia e Mineralogia da Universidade de Colónia, na Alemanha, sugerem que, afinal, a Lua é mais antiga do que se pensava. Segundo o Science Alert, a pesquisa é baseada em análises químicas de amostras lunares da Apollo e mostra que a Lua se formou apenas 50 milhões de anos depois do Sistema Solar.

Isso faz com que a Lua seja 100 milhões de anos mais antiga do que o inicialmente sugerido pela “hipótese do grande impacto”, hipótese astronómica que diz que a sua formação se deu através do impacto do planeta Theia com a Terra, 150 milhões de anos depois do Sistema Solar.

Depois de Theia (que tinha aproximadamente o tamanho de Marte) ter atingido a Terra, criou uma nuvem de magma, magma esse que arrefeceu e formou a Lua. Após essa colisão, a lua recém-nascida estava coberta de magma que, também quando arrefeceu, formou diferentes tipos de rochas.

“Estas rochas registaram informações sobre a formação da Lua, e ainda hoje podem ser encontradas na superfície lunar”, disse Maxwell Thiemens, autor principal do estudo publicado, no final de julho, na revista Nature Geoscience.

Existem regiões negras na superfície da Lua chamadas “mares” (em latim), ou seja, grandes formações de rocha basáltica e ígnea. Os cientistas envolvidos na pesquisa usaram a relação entre o urânio (U), o háfnio (Hf) e tungsténio (W) para entender o derretimento que criou esses “mares” e, devido à precisão das suas medições, identificaram tendências distintas entre as diferentes rochas.

De acordo com o mesmo site, o háfnio e o tungsténio dão aos cientistas um relógio natural contido na própria rocha, uma vez que com o tempo o isótopo háfnio-182 decai para o tungsténio-182.

No entanto, essa decadência não durou para sempre mas apenas os primeiros 70 milhões de anos da vida do Sistema Solar. Os investigadores compararam as amostras da Apollo com os seus experimentos de laboratório e descobriram que a Lua já se tinha começado a solidificar 50 milhões de anos após a formação do Sistema Solar.

“Esta informação sobre a idade significa que qualquer grande impacto ocorreu antes disso, o que responde a uma questão muito debatida entre a comunidade científica sobre quando a Lua se formou”, acrescenta Carsten Münker, autor sénior da pesquisa.

“Estas observações já não são possíveis na Terra, porque o nosso planeta tem sido geologicamente ativo ao longo do tempo. Por isso, a Lua oferece uma oportunidade única para estudar a evolução planetária”, acrescenta ainda Peter Sprung, co-autor do estudo.

ZAP //

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