O manifesto político do líder nazi vai voltar a ser editado em janeiro do próximo ano, uma decisão que já está a causar alguma revolta na Alemanha.
Setenta anos depois de ter sido proibido, o livro conhecido por ser a ‘bíblia’ de Adolf Hitler vai voltar a ser reeditado em janeiro do próximo ano, na Alemanha, avança a BBC.
“Mein Kampf”, título que pode ser traduzido para “A Minha Luta”, vai ter mais quatro mil cópias mas, desta vez, inclui também anotações de vários especialistas para melhor compreender a obra – 3500 para se ser mais preciso.
A ideia partiu do Instituto de História Contemporânea de Munique que, segundo o seu diretor, Andreas Wirsching, será uma boa forma de “acabar com o mito” em torno do livro.
Por outro lado, será uma medida para prevenir que apareçam outro tipo de versões, uma vez que os direitos de autor da obra acabam em janeiro de 2016, passando a ser um texto de domínio público.
O livro foi originalmente impresso em 1925, oito anos antes de Hitler chegar ao poder, e foi proibido depois do fim da 2ª Guerra Mundial.
Visto como um manifesto político, é nele que o pai da ideologia nazi expressa a origem das suas ideias antissemitas, racistas e nacional-socialistas, posteriormente adotadas quando chegou ao poder.
A decisão já está a gerar polémica, sobretudo no seio de alguns grupos judeus, por considerarem que obras ligadas ao regime nazi nunca mais deviam ter a oportunidade de serem publicadas.
Porém, as autoridades responsáveis garantiram que o acesso ao livro será limitado, exatamente para evitar que a obra possa desencadear sentimentos neonazis.
ZAP / BBC