O Livre vai ter, pela primeira vez, duas listas candidatas à direção nacional. A eleição decorre durante o XII Congresso do partido, que se realiza este fim de semana, em Coimbra.
Este fim de semana realiza-se o 12.º congresso da história do Livre e há uma novidade: a direção executiva será disputada, pela primeira vez, por duas listas.
Apresentam-se no XII Congresso a lista A, liderada por Rui Tavares, e a lista B, onde se destaca Patrícia Robalo, uma antiga presidente da Assembleia do partido.
Na origem desta divisão está o acordo de coligação com o PS em Lisboa. “Grande parte da lista B foi contra”, assumiu, ao jornal Público, a número um desta lista concorrente ao grupo de contacto (GC), o principal órgão dirigente do partido.
“Defendemos uma candidatura autónoma de afirmação do Livre enquanto força da esquerda verde europeia na corrida para as autárquicas em Lisboa. Entendemos que o Livre tem uma vocação especial para a política local quer de âmbito municipal quer de freguesia e um dia regional”, justificou Patrícia Robalo.
Teresa Mota, número um da lista B e membro do atual GC, desdramatiza a existência de duas listas. “É normal e saudável que haja mais listas, até porque o partido cresceu, mas partilhamos dos mesmos valores e apenas nos distingue as maneiras diferentes de fazer passar essas propostas”, referiu.
Patrícia Robalo considera que ambas as listas têm os mesmos objetivos, nomeadamente fazer crescer o partido, mas aponta a descentralização das decisões como um dos pontos de divergência. “Queremos que o partido ouça mais os núcleos territoriais, que seja mais descentralizado internamente e que as decisões não sejam centradas na direção.”
“A política não se faz só com centralização da narrativa e da decisão”, salientou, numa referência que parece dirigir-se ao protagonismo de Rui Tavares.