A Lituânia adota hoje o euro, tornando-se o 19.º Estado-membro da zona euro e reforçando laços com a Europa perante a ameaça russa, enquanto a vizinha Letónia assume a presidência rotativa da União Europeia.
A Lituânia, com cerca de três milhões de habitantes, torna-se assim esta quinta-feira o último dos três países bálticos a integrar o espaço monetário único, depois da Letónia e da Estónia.
Esta adesão é também vista como um modo de reforçar a sua segurança, através de maior integração europeia, num momento de grande ansiedade sobre as intenções da Rússia na região.
Lituânia, Letónia e Estónia libertaram-se da União Soviética em 1991 e aderiram à UE e à NATO em 2004.
Entre os cidadãos lituanos, 53 por cento apoiam a mudança de moeda e 39% são contra, segundo uma sondagem levada a cabo em novembro pelo banco central. Os receios prendem-se sobretudo com os prováveis aumentos de preços e as dificuldades que atravessa a zona euro.
A Lituânia junta-se assim aos outros dois países bálticos que já aderiram à zona euro, Letónia (2014) e Estónia (em 2011), e ainda Eslováquia (2009), Chipre e Malta (2008), Eslovénia (2007), Grécia (2001), Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, Finlândia, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda e Portugal (1999).
A Lituânia, que tem a moeda local – litas – indexada ao euro desde 2002, esperava adotar o euro em 2007 mas não conseguiu cumprir os critérios de inflação.
O país, tal como todos os Estados bálticos, sofreu uma importante recessão em 2009, na sequência da crise financeira global, mas é agora um dos Estados-membros da UE com maior taxa de crescimento.
Até junho, as lojas e os negócios exibirão os preços nas duas moedas e, nas próximas duas semanas, o euro e o litas vão circular juntos como moedas legais.
Também esta quinta-feira, outro país báltico, a Letónia, assume a presidência rotativa semestral da União Europeia, ficando na linha da frente das negociações com a Rússia a propósito da crise na Ucrânia.
A intervenção da Rússia na Ucrânia tem assustado os países bálticos, sendo considerada a maior ameaça desde o fim da União Soviética.
Além da Rússia, o pequeno país com 1,9 milhões de habitantes terá de lidar com a segurança energética, radicalismo islâmico ou os problemas económicos no seio da União.
A Letónia irá organizar a Cimeira de Riga, em maio, para traçar um novo rumo para o programa de Parceria Oriental da UE, concebido para aproximar do ocidente Estados ex-soviéticos como Arménia, Azerbaijão, Bielorrússia, Geórgia, Moldávia e Ucrânia e pelo qual a Rússia tem pouca simpatia.
A Letónia entregará a presidência da UE ao Luxemburgo a 01 de Julho.
/Lusa