Lituânia acusa Rússia de provocar incêndio no IKEA por loja ter as cores da Ucrânia

Augustas Didžgalvis/Wikimedia Commons

IKEA em Vilnius, Lituânia.

Investigação lituana “confirmou as suspeitas de que os responsáveis pelo incêndio de centros comerciais em Vilnius e Varsóvia são os serviços secretos russos”. Rússia nega ambos os ataques.

A Lituânia está a acusar a a agência de inteligência militar russa, GRU, de provocar o incêndio na loja do IKEA, que deflagrou em Vilniusn a 9 de maio do ano passado.

Os procuradores lituanos acreditam que a loja foi visada pelos russos devido ao seu logótipo azul e amarelo: as mesmas cores encontradas na bandeira da Ucrânia, invadida pelo Kremlin há mais de três anos.

O incêndio deflagrou apenas três dias antes de um grande centro comercial ter sido igualmente consumido pelas chamas, na vizinha Polónia. As autoridades polacas já admitiram também que o incêndio de Varsóvia pode ter feito parte de uma campanha de sabotagem russa.

O procurador lituano Arturas Urbelis disse esta segunda-feira que a investigação lituana “confirmou as suspeitas de que os responsáveis pelo incêndio de centros comerciais em Vilnius e Varsóvia são os serviços secretos russos”, através de uma rede complexa de mais de 20 intermediários.

“A cadeia inclui os organizadores, depois mais organizadores para determinados objetivos, depois mais intermediários, até aos perpetradores. É um sistema muito complexo, com várias fases”, disse aos jornalistas, acrescentando que a loja não foi escolhida ao acaso.

A IKEA suspendeu as suas atividades na Rússia após a invasão da Ucrânia e “as cores da IKEA são as mesmas da bandeira ucraniana, o que tem um forte significado simbólico”, disse o procurador.

O ataque terá sido levado a cabo com um detonador programado, mas rapidamente contido. Dois cidadãos ucranianos — um deles menor de idade, na altura — terão sido recrutados para o trabalho, a troco de 10 mil euros e um BMW usado. Terão ainda, segundo o procurador, feito várias viagens da Polónia para a Lituânia para planear o ataque. Um deles foi preso na Lituânia, enquanto o outro foi detido na Polónia. Ambos aguardam agora julgamento nos respetivos países.

A investigação lituana parece corroborar as suspeitas levantadas pelo Primeiro-Ministro polaco, Donald Tusk, relativamente ao envolvimento da Rússia no incêndio de 12 de maio que destruiu o centro comercial Marywilska 44 em Varsóvia. Tusk congratulou-se com as conclusões da Lituânia, afirmando que estas confirmam as preocupações de que os serviços secretos russos estariam por detrás dos ataques em ambos os países.

O gigante sueco do mobiliário reconheceu a investigação em curso, mas não comentou as alegações.

A Rússia nega o envolvimento em ambos os ataques e acusa os governos ocidentais de alimentarem o sentimento anti-russo. O GRU não comentou as alegações, segundo a agência Reuters.

ZAP //

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