Listas para exames de condução chegam a ter quase 13 mil alunos (e três meses de espera)

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A pandemia parece ter sido um momento de viragem no que respeita ao emprego de examinadores, já que muitos abandonaram a profissão para se dedicarem a carreiras com remunerações mais atrativas.

O Instituto da Mobilidade e dos Transportes tem atualmente cerca de 15 mil exames pendentes, resultantes de pedidos das escolas de condução para a obtenção do títulos, renovações ou reconhecimentos para estrangeiros. A maioria, escreve o Jornal de Notícias, são exames de condução, cerca de 12 881, com alguns dos candidatos a esperarem meses e até anos para serem chamados. De acordo com os dados do IMT, 4723 indivíduos aguardam há mais de três meses e 105 há mais de quatro meses.

As culpas são atribuídas à “falta brutal” de examinadores e de instrutores, apontam o Automóvel Clube de Portugal (ACP) e a Associação Portuguesa de Escolas de Condução (APEC). O problema é ainda mais significativo nos concelhos onde a oferta de centros é reduzida ou está exclusivamente entregue ao IMT. O caminho tem passado por reforçar equipas locais com a deslocalização de examinadores de outros territórios, assim como a formação de novos profissionais. Estão ainda em curso processos de recrutamento que deverão estar terminados em janeiro.

O cenário é descrito por Carlos Barbosa, presidente do ACP, como “uma loucura”, reconhecendo que há quem desespere por tirar a carta de condução. A pandemia parece ter sido um momento de viragem no que respeita ao emprego de examinadores, já que muitos abandonaram a profissão para se dedicarem a carreiras com remunerações mais atrativas. Atualmente, o ACP tem 13 ou 14 examinadores, mas, segundo o responsável, precisaria de, pelo menos, mais sete.

O flagelo da falta de profissionais afeta também as escolas de condução, denuncia a APEC, pela voz de Ricardo Vieira. “Na pandemia chegámos a demorar dois, três meses, mas agora agora são duas ou três semanas“, atribuindo, por isso, os atrasos às escolas de condução que não conseguem corresponder às necessidades e fluxo dos aprendizes.

Em termos territoriais, o Porto é a cidade que regista atrasos mais significativos: até 1 de outubro, eram mais de 2200, a maioria consistia em exames práticos de condução. A maioria dos alunos espera até três meses mas 422 aguardam entre 100 a 399 dias.

ZAP //

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