A Comissão Parlamentar de Inquérito sobre as perdas do Novo Banco aproxima-se do fim, havendo ainda uma lista de banqueiros e supervisores para serem ouvidos nos próximos dias.
Até agora, várias figuras já foram ouvidas, como por exemplo o ministro das Finanças, João Leão; o ex-governador do Banco de Portugal, Carlos Costa; ou Luís Filipe Vieira, um dos maiores devedores do Novo Banco. Em meia centena de reuniões, muito se ficou a saber.
“Ficámos a saber que os 3,89 mil milhões de euros que o governo garantiu na venda [do Novo Banco à Lone Star] em 2017 afinal eram para ser utilizados e o governo sabia… os contribuintes é que não. E esse valor, de acordo com o Tribunal de Contas, é despesa pública”, disse o deputado Hugo Carneiro, do PSD.
O deputado socialista Miguel Costa Matos argumenta que “percebemos porque um dos maiores bancos falhou” e “porque o sistema falhou tanto e repetidamente, antes, durante e depois da resolução”.
“A resolução foi sabotada por constrangimentos políticos e deixou uma herança que atrapalhou a gestão durante anos e que atrasou a venda. Apesar de a alternativa ser uma liquidação ruinosa, conseguiu-se limitar os custos para o Fundo de Resolução. Vamos ouvir muitos a fingir que não há novidades, porque são inconvenientes, e outros a focar casos individuais, mas mais que uma árvore, o problema foi mesmo a gestão da floresta”, acrescentou Miguel Costa Matos.
O ex-presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, e a atual presidente da instituição, Gabriela Figueiredo Dias, são os primeiros a ser ouvidos nesta última ronda de reuniões.
Na terça-feira, será ouvido o presidente do conselho geral e de supervisão do Novo Banco, Byron Haynes. Os deputados vão tentar perceber como é que a Lone Star lidou com a acumulação de imparidades, prejuízos e chamadas de capital do Fundo de Resolução.
Fernando Ulrich, presidente não executivo do banco BPI; Rafael Mora, sócio na Ongoing, um dos maiores devedores do Novo Banco; Miguel Maya, presidente executivo do BCP; Vítor Constâncio, ex-governador do Banco de Portugal; e Ricardo Mourinho Félix, vice-presidente do Banco Europeu de Investimentos, são as restantes figuras que ainda serão ouvidas.
Depois desta semana, fica apenas a faltar agendar a audição ao presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo.
Cabe ao deputado Fernando Anastácio, do PS, fazer o relatório desta comissão de inquérito.
