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Quase 60% das linhas de comboio está em mau estado

Segundo um relatório da Infraestruturas de Portugal, quase 60% das linhas de caminhos de ferro são classificadas como “medíocres” ou “más”, no que diz respeito ao seu índice de desempenho.

Quase 60% das linhas de caminhos de ferro portuguesas são classificadas pela Infraestruturas de Portugal como “medíocres” ou “más“, no que respeita ao seu índice de desempenho, de acordo com o Relatório do Estado da Infraestrutura de 2016 daquela empresa, a que o Público teve acesso.

De acordo com o documento, os troços que necessitam urgentemente de obras são o Ovar-Gaia, na linha do Norte, o Tua-Pocinho , na linha do Douro, e a via estreita de Espinho a Oliveira de Azeméis e de Aveiro a Sernada do Vouga.

No entanto, destes três, o percurso Ovar-Gaia é o mais problemático. “A via útil dos ativos neste troço da Linha do Norte há muito que foi excedida e qualquer tipo de intervenção de manutenção produz efeitos pouco duradouros”, lê-se no relatório. Numa escala de 1 a 8, o relatório atribui a este troço a classificação de 1,9 (mau).

A rede suburbana de Lisboa está pior do que a do Porto. O relatório evidencia as linhas de Cascais e a da Cintura (Alcântara Terra-Braço de Prata) com classificação de medíocre, bem como o ramal de Tomar, a linha do Algarve entre Lagos e Faro, e a da Beira Baixa entre Entroncamento e Sarnadas (Vila Velha de Ródão).

O jornal evidencia que tem sido nas linhas com pior desempenho que têm ocorrido descarrilamentos, nomeadamente na Beira Alta, que tem metade do seu percurso classificado como medíocre.

Além disso, o relatório aponta ainda que, durante a última década, devido às restrições orçamentais impostas às empresas públicas, a manutenção foi descurada e houve linhas em que a própria conservação da via foi reduzida abaixo dos mínimos. Soma-se ainda as rescisões e redução de pessoal que levaram a uma perda de know-how.

O Público confrontou a CP, o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT) e a Infraestruturas de Portugal sobre o diagnóstico feito às infraestruturas ferroviárias.

A CP sublinhou que “não efetua a avaliação técnica do estado da infraestrutura ferroviária, confiando que tal função da responsabilidade da Infraestruturas de Portugal, é efetuada de forma adequada por aquela empresa”.

Já o IMT diz que “acompanha, no quadro das suas competências, a evolução do desempenho e da gestão da segurança do sistema ferroviário, que inclui a análise de um conjunto de indicadores comuns de segurança e das ocorrências que se verificam na exploração ferroviária, bem como a formulação de recomendações”.

Por sua vez, a Infraestruturas de Portugal não respondeu ao jornal.

ZAP //

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