Liga quer adeptos nas bancadas em setembro. Governo não se compromete

FPF

O presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) disse, esta quarta-feira, que o organismo está a trabalhar para que a época 2020/21 comece com público nas bancadas.

Na conferência “Futebol Profissional e Economia Pós COVID-19”, promovida pela LPFP, em Oeiras, Pedro Proença sublinhou que os adeptos são parte do futebol e indispensáveis ao espetáculo.

“É para os adeptos que estamos a lutar e a trabalhar, e tudo faremos para que a próxima época comece com eles. Sem eles, o futebol não existe, e estamos em conversações com a Direção-Geral de Saúde (DGS) e com o Governo”, revelou o presidente da LPFP.

Em resposta, na sua intervenção na conferência, o Secretário de Estado da Juventude e do Desporto (SEJD), João Paulo Rebelo, admitiu que o futebol só tem toda a sua essência quando os “artistas” podem ser vistos ao vivo pelo público.

O governante sublinhou também que tudo está a ser feito para que os adeptos voltem rapidamente às bancadas, mas advertiu que essa decisão não pode colocar em causa a saúde pública e os avanços conseguidos no combate à pandemia de covid-19.

“É evidente que os nossos artistas, os atletas, merecem a presença do público. Sabemos que o comportamento do público num anfiteatro é distinto do público num jogo de futebol, o que não quer dizer que não estejamos envolvidos na busca de uma solução, o mais breve possível”, disse.

O governante, que esteve presente, no último sábado, na final da Taça de Portugal, conquistada pelo FC Porto, reconheceu um “cenário desolador” face às bancadas vazias, mas não se comprometeu, porém, com prazos.

Não consigo dizer a partir de quando, mas é preciso trabalharmos com a DGS, e quero que saibam que o SEJD e o Governo estão comprometidos para que isso possa acontecer o mais rapidamente possível, mas sem comprometer o equilíbrio que é difícil de conseguir, e de forma a que uma abertura excessiva não comprometa o trabalho todo que estamos a fazer”, explicou.

Presente na mesma conferência, o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse entender as pretensões da Liga e dos clubes, mas sublinhou que ainda “não há resposta” para essa ambição.

“Esse é um processo que está dependente da evolução das condições sanitárias. Estamos focados em dar passos seguros que permitam controlar o contágio e de forma a que o sistema de saúde esteja sempre à altura de poder dar uma resposta eficaz”, disse.

“Queremos que o próximo campeonato se inicie e decorra até ao fim sem interrupções. O pior que podia acontecer seria tomarmos uma decisão de maior liberdade e, mais tarde, termos de voltar atrás”, disse, admitindo que a ausência de adeptos nos estádios de futebol traz “consequências económicas graves” para o setor.

Esta quarta-feira, Pedro Proença também revelou que a presente época terminou com uma perda de receitas de 135 milhões de euros, que interrompeu o crescimento de 12% registado até março, antes do início do confinamento.

A edição 2020/21 da I Liga arranca no fim-de-semana de 20 de setembro, uma semana depois do começo da II Liga, e o sorteio das duas competições está agendado para 28 de agosto.

ZAP // Lusa

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