Sviatlana Tsikhanouskaya, líder da oposição bielorrussa, que está exilada na Lituânia desde as presidenciais de 9 de agosto, exige novas eleições ao ditador Aleksandr Lukashenko.
“Tenho de dizer de forma clara ao Presidente que é preciso uma mudança. Espero que o bom senso prevaleça, que as pessoas sejam ouvidas e que haja novas eleições”, disse Tsikhanouskaya na sua primeira conferência de imprensa desde que está exilada.
Após ser conhecido o resultados das eleições, que deu a vitória a Lukashenko, a líder da oposição não aceitou o resultado, declarou-se como vencedora das eleições e exigiu a transferência pacífica de poder para a sua campanha. Foi a primeira a fazê-lo em 26 anos de poder de Lukashenko, escreve o Observador.
A principal exigência de Tsikhanouskaya é que se repitam as eleições. Os valores oficiais apontam para uma percentagem de 10,1% dos votos para Sviatlana Tsikhanouskaya e uma esmagadora percentagem de 80,1% para Aleksandr Lukashenko. A própria União Europeia já aprovou uma resolução que não reconhece os resultados eleitorais na Bielorrússia.
“Não sei se vou participar em novas eleições, porque antes disso elas têm de ser determinadas”, atirou a atual líder da oposição. A data de regresso ao país ainda é uma incógnita para Tsikhanouskaya: “Amo muito a minha pátria e por isso quero voltar. Quando me sentir segura, seguramente que vou voltar”.
“Não quero falar sobre as ameaças que tenho recebido ou sobre aquilo que aconteceu antes da minha partida para a Lituânia”, disse ainda Tsikhanouskaya na conferência de imprensa.
No fim de semana passado, o Presidente da Bielorrússia afirmou que “nem morto” permitirá a entrega do país, na primeira manifestação de apoio desde que tiveram início as ondas de protesto popular.
“Conseguimos construir um belo país, com as suas dificuldades e falhas. A quem o querem entregar? Se alguém o quiser entregar eu não o permito, nem morto”, disse Alexandr Lukashenko, citado pela agência Belta, a partir de uma tribuna instalada na Praça da Independência.
