A mensagem de boas festas do CDS-PP é, no mínimo, caricata. Este Natal, Francisco Rodrigues dos Santos senta-se à mesa com a sua família da direita – ou, como quem diz, a “prima moderninha”, o “primo sem maneiras” e o “irmão desaparecido” – para lhe desejar um feliz Natal.
“Este Natal fique com a sua família de sempre, o CDS – Partido Popular. Assista à ‘Ceia de Natal da Direita’ e à minha mensagem de Natal bem humorada.” É desta forma que Francisco Rodrigues dos Santos apresenta, nas redes sociais, a mensagem de Natal do partido.
À mesa costumam sentar-se a “prima moderninha”, o “primo sem maneiras” e o “irmão”, que agora está “desaparecido em combate”. Para o líder do CDS, é o mesmo que dizer que marcam presença na Ceia de Natal da Direita os partidos Iniciativa Liberal (IL), Chega e PSD.
A primeira personagem a ser apresentada é a “prima moderninha“. Rodrigues dos Santos pousa as mãos numa cadeira e diz: “Aqui senta-se aquela prima modernaça, ateia, que é uma profissional liberal de sucesso. O problema aqui da prima é que vive em Campo de Ourique, trabalha nas Amoreiras e só frequenta os salões da moda.”
A prima – ou o Iniciativa Liberal – tem “ideias iguais às do Bloco de Esquerda”, à exceção da economia. “O pior desta prima é que, por ter sucesso, acha que o Estado não deve gastar recursos com aqueles que não tiveram as mesmas oportunidades para subir na vida”, acrescenta.
“Resumindo, é uma prima pela qual temos estima, mas que se encontra muito distante dos nossos valores sociais e cristãos”, assume.
Segue-se o “primo sem maneiras”, que tem “umas ideias um bocado tontinhas” e cujo nome próprio é Chega. “Exalta-se regularmente nas discussões” e “bate com a mão no peito quando fala da Igreja mas critica abertamente o Papa Francisco”, descreve o centrista.
“Diz-se o maior defensor da tauromaquia, mas não vai a uma tourada. Diz-se antissistema, mas vem do sistema. Diz ser pela vida, mas tem uma posição dúbia sobre o aborto. Diz-se seguidor dos valores cristãos, mas quer castrar pessoas e equaciona condená-las à pena de morte”, enumera, para logo depois dizer que desconfia que este primo “não morre de amores pela democracia“.
“É o primo que todos queremos ver pelas costas, porque não tem modos à mesa”, resume.
Por último, aquele “irmão desaparecido em combate”, o partido que recusou coligar-se com os centristas. “Aqui à nossa esquerda sentava-se à mesa o nosso irmão. Mais liberal nos costumes e cada vez mais socialista na economia”, descreve Francisco Rodrigues dos Santos, ironizando o PSD.
“Sempre nos demos muito bem, mas este ano, de repente, decidiu ir passar o Natal com a sua família de esquerda“, afirma, em tom de alfinetada. “Desconfiamos que esta escolha nos vai trazer mais alguns presentes no sapatinho.”
O vídeo termina com o CDS, o “partido insubstituível” na “grande família do centro-direita português”. Assumindo-se como uma clara alternativa à esquerda, o líder garante que o partido será “capaz de construir pontes dentro do nosso espaço político para garantir que Portugal terá um Governo de direita”.
“Por último, faço-lhe um apelo, nesta quadra natalícia e no importante ano que se avizinha, peço-lhe que fique connosco, a sua família de sempre, o CDS-PP”, remata.