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Liberdade no mundo atingiu o pior nível da última década

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Zouhir Al Shimale / EPA

A Síria está no fundo da Tabela e surge designada como um país “não livre”.

Em 2017, a liberdade do mundo atingiu o pior nível em 12 anos. Esta é a conclusão do relatório da organização não-governamental Freedom House.

Divulgado esta terça-feira, o relatório anual sobre direitos políticos e liberdades civis centra-se sobretudo na crise da democracia a nível global. O documento, intitulado “Freedom in the World 2018: Democracy in Crisis”, sublinha que a democracia está “sob ataque e a recuar em todo o mundo”.

A organização não-governamental Freedom House analisou 195 países em todo o mundo e em 71 deles detetou um “claro declínio”, com apenas 35 países a apresentar alguns progressos.

Dos 195 países avaliados neste estudo, 88 (45%) foram classificados como “livres”, 58 (30%) como “parcialmente livres” e 49 (25%) como “não livres”. De acordo com a Freedom House, o ano passado foi o 12º ano consecutivo de queda da liberdade global.

Segundo o Diário de Notícias, dos 49 países “não livres”, a Síria é o que se posiciona no fundo da tabela, com uma pontuação abaixo de dez, numa escala de 100.

“Estados outrora promissores como a Turquia, a Venezuela, a Polónia e a Tunísia estão entre aqueles que experimentaram declínios nos padrões democráticos; a recente abertura democrática em Myanmar (antiga Birmânia) ficou permanentemente arruinada por uma chocante campanha de limpeza étnica contra a minoria Rohingya”, lê-se no relatório.

Michael J. Abramowitz, presidente da Freedom House, considera que a democracia está a enfrentar a sua mais grave crise em décadas. A garantia de eleições livres e justas, os direitos das minorias, a liberdade de imprensa e o Estado de direito estão, nas palavras do presidente, “sob ataque em todo o mundo“.

Ainda assim, o relatório destaca como um grande desenvolvimento de 2017 o “recuo dos EUA como defensor e exemplo de democracia”, devido “às evidências de ingerência russa nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016, às violações de princípios éticos básicos pelo novo Governo e a uma redução da transparência governamental”.

Abramowitz afirma que as principais instituições da democracia norte-americana estão a ser “maltratadas por uma Administração que tem tratado a tradicional separação de poderes do país com desdém”.

A Turquia passou do grupo dos países “parcialmente livres” para o dos “não livres”, quando o Presidente Erdogan “alargou e intensificou a perseguição aos seus alegados opositores, iniciada após uma tentativa falhada de golpe de Estado em julho de 2016, com consequências extremas para os cidadãos turcos”, consta no relatório.

Segundo a organização não-governamental, nos últimos 12 anos – desde que o recuo da liberdade começou, em 2006 – foram 113 os países que assistiram a um claro declínio dos direitos políticos e liberdades civis. Só 62 registaram um claro aumento.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. desde 1991 que a liberdade em grande parte das democracias de os ditos países livres,começou a retroceder, deixou de existir o motivo ! a guerra fria terminou,o urso soviético comunista morreu e com isso a necessidade de mostrar que temos uma sociedade mais livre e equilibrada,assustador o facto de certas pessoas so verem isso agora !!!!!

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