Liberais apanhados de surpresa com saída de Cotrim, mas corrida à sucessão já começou

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Manuel De Almeida / Lusa

Rui Rocha é, até ao momento, o único candidato ao lugar de presidente da Iniciativa Liberal.

Os sinais de uma liderança curta e do desapego ao poder sempre estiveram lá, mas os resultados positivos alcançados pelo partido num passado recente fizeram com que muitos achassem que João Cotrim de Figueiredo iria repensar o seu plano de abandonar a direção da Iniciativa Liberal. Mas não. O anúncio foi feito na reunião de ontem do órgão principal do partido, com o dirigente a esclarecer que apesar de deixar a liderança, permanece como membro ativo do partido e mantém o seu lugar de deputado da Assembleia da República.

À comunicação social explicou que se trata de uma “decisão, pessoal e politicamente difícil” baseada na necessidade de o partido continuar a “crescer“, ainda que numa forma “diferente daquela que o fez crescer até agora”. “O trabalho de oposição a uma maioria absoluta e o posicionamento dos diversos agentes político-partidários implicam uma postura distinta por parte da Iniciativa Liberal. O partido precisa de uma tónica mais combativa, mais popular e mais abrangente a nível nacional e considero não ser eu a pessoa ideal para a corporizar”.

Já em entrevista à CNN Portugal, o ainda presidente da Iniciativa Liberal destacou, a nível pessoal, que em 2026, ano para quando estão previstas as próximas eleições legislativas, teria 65 anos, com sete de liderança e, possivelmente, mais quatro. Apesar de reconhecer que a decisão não é “fácil de entender”, entende que “é nos bons momentos que se tomam as decisões difíceis que estruturam o partido para os momentos seguintes”. E garantiu: “as ideias contam mais do que os líderes“.

Rui Rocha perfila-se como principal candidato

Após o anúncio de Cotrim de Figueiredo, a corrida à liderança do partido rapidamente se iniciou. Recorrendo às redes sociais, Rui Rocha, deputado do partido, foi o primeiro a assumir a sua candidatura. “Na próxima Convenção Nacional, agendada para dezembro, apresentarei uma moção de estratégia global e irei encabeçar uma lista à comissão executiva. Esta candidatura, sob o lema ‘liberalismo para todos“, tem dois objetivos fundamentais: continuar o atual sucesso da IL e popularizar o liberalismo pelo país, afirmando as ideias e os valores liberais com convicção e humildade para transformar Portugal num país mais próspero, mais justo e mais livre“.

Em linha com as palavras de Cotrim de Figueiredo, de quem, de resto, já recebeu apoio, Rui Rocha prometeu uma “oposição feroz e combativa ao modelo de desenvolvimento falhado que o PS implementa no país” e ter “uma comunicação mais popular e com maior presença junto dos portugueses”, assim como fazer crescer a Iniciativa Liberal “para mais zonas suburbanas e do interior”.

De fora da corrida colocou-se Carlos Guimarães Pinto, antigo presidente do partido, que preferiu elogiar o trajeto de Cotrim de Figueiredo. “Foi com tristeza que tomei conhecimento da decisão do João de abandonar a liderança do partido. É uma decisão que gostaria que não tivesse sido sido tomada, mas que, mais do que ninguém, tenho de compreender e aceitar.” Quanto a apoios a possíveis candidatos, Guimarães Pinto prefere manter-se neutro.

ZAP //

4 Comments

  1. Este vaidoso já se cansou de brincar à política? Isto só confirma que o que sempre pensei, o IL era um projeto sem conteúdo e sem futuro, logo, não era para ser levado a sério.

  2. O Problema é que escolheram IL sem saber o que é Liberal, sejamos honestos, para iniciativa Liberal o que fizeram ? bola, Confundem ser Liberal com Perseguição ao Governo, aos Governantes, isso ja faz desde o BE passando por o PCP até ao Chega, simplesmente oposiçao, perseguiçao, nada tem de iniciativa liberal, alias parece mais um apendice do PSD tal como o Chega, de Liberal 0, quem esperava e votou num partido politico novo na esperança de experimentar uma politica Liberal ficou desfraudada, recebeu afinal mais o mesmo, um partido como os outros que ja tinha.

  3. Para ser diferente o normal era sair do Parlamento, mas tal como os outros continua na mama, é isto o desapego aos lugares e á politica.

  4. Mais um partido que só sabe dizer mal de quem governa. Propostas 0. Há, espera: querem privatizar saúde, Educacao, etc. Este até a mãe privatizava se pudesse e o povo que pague!

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