Leite e pão são alguns dos produtos que devem manter os preços no próximo ano, segundo as respetivas associações setoriais que admitem que a contenção será feita à custa das margens da indústria.
O preço do pão deve manter-se, ainda que à custa da indústria, lamenta o presidente da ACIP (Associação do Comércio e da Indústria de Panificação, Pastelaria e Similares), Francisco Silva.
“Atendendo às circunstâncias macroeconómicas, não temos condições para fazer subidas de preços, vamos tentar que ‘o pão nosso de cada dia’ continue a chegar à mesa dos portugueses”, afirmou.
Francisco Silva sublinhou que é o setor que “está a suportar os aumentos dos custos”, apesar “de um tecido empresarial cada vez mais débil” e destacou que o pão foi o alimento que menos subiu desde o 25 de abril.
“O pão custava dez tostões em 1974, o que seria à volta de cinco cêntimos. Hoje o preço médio, a nível nacional, é de cerca de 13 cêntimos”, exemplificou, salientando que o pão continua a “matar a fome a muitos portugueses”.
No caso do leite, a subida da matéria-prima foi “muito superior à capacidade da indústria” refletir este aumento em 2013, mas não são expectáveis aumentos nos primeiros meses do próximo ano, segundo o diretor-geral da ANIL (Associação Nacional dos Industriais de Lacticínios).
O preço pago aos produtores subiu mais de 20% entre 2012 e 2013, enquanto o preço pago pelo leite UHT à saída da fábrica aumentou apenas 11%, adiantou Paulo Costa Leite.
Atualmente, o preço médio pago à produção ronda os 37 cêntimos.
“Não é expectável que o preço da matéria-prima se altere nos primeiros meses do ano, desde que não haja condições climatéricas muito adversas”, considerou, lembrando que houve uma subida acentuada nos preços do leite a nível mundial no ano passado devido à escassez da produção.
/Lusa