Muitos terão votado sem apresentar identificação. Mas há presidentes de mesa que acham que “são soberanos” e estão a misturar votos.
A situação não é nova mas volta a originar confusão. Nas últimas eleições legislativas, em 2019, cerca de 34 mil votos foram anulados por falta de documentos. Muitas pessoas não apresentam documento de identificação no momento de votar.
Agora, quando decorre a contagem dos votos dos emigrantes, surgiu o protesto do Partido Social-Democrata (PSD), que indicou que esses votos, que seriam nulos, estavam a ser contados normalmente, juntamente com os outros.
Maria Ester Vargas, cabeça-de-lista do PSD no círculo da Europa, informou que o seu partido esteve presente, desde o início da contagem na terça-feira, a pedir aos presidentes de mesas para não contabilizarem todos os votos, deixando de lado os boletins de voto que não tinham cópia do cartão de cidadão do eleitor, para serem analisados mais tarde.
A contagem dos votos dos círculos da Europa e fora da Europa ocupa mais de 100 mesas na Feira Internacional de Lisboa (FIL); e 21 dessas mesas anularam a contagem por causa destes protestos do PSD.
O número foi anunciado por Paulo Pisco, igualmente cabeça-de-lista no círculo da Europa, mas pelo Partido Socialista.
Pisco disse à RTP que todos os partidos, incluindo o PSD, chegaram a consenso para tomar a decisão de validar os votos das pessoas que não tivessem o cartão de cidadão.
António Maló de Abreu, do PSD, insistiu que “é necessário cumprir a lei” e deixou um aviso aos socialistas: “O Partido Socialista não é dono disto tudo”.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE), através do seu porta-voz João Tiago Machado, admitiu que há mesas que não estão a funcionar como deveriam.
“Há mesas que estão a agir como devem agir: os votos sem identificação estão de lado, juntamente com o protesto, para serem analisados depois. Outros presidentes de mesa acham que são soberanos, que eles é que entendem, e colocam esses votos nulos na mesa de voto, juntamente com todos os outros e contaminando os outros”, avisou o elemento da CNE.
Quem também apareceu na FIL foi Francisca Van Dunem. A ministra da Administração Interna admitiu que a lei eleitoral em Portugal “é muito antiga e corresponde a uma realidade que entretanto se transfigurou. Portanto, provavelmente precisamos de tomar algumas medidas que possam acautelar estas situações e que possam favorecer a participação eleitoral”, completou.
Os votos dos emigrantes definem os quatro deputados que faltam para completar a lista para a Assembleia da República. Entre divulgação de resultados e prováveis recursos, os resultados definitivos só devem ser anunciados na próxima semana.
Raios…….os votos contaminam-se entre eles !………mais uma nova variante Covid activa !