Fabio Frustaci / EPA

O Cardeal norte-americano Robert Prevost é o novo Papa Leão XIV
Donald Trump já disse que está ansioso por conhecer o primeiro Papa norte-americano. Apesar deste entusiasmo inicial, sabe-se que Robert Francis Prevost não está em linha com todas as posições de Trump – especialmente no que toca à imigração.
Habemus Papam: Robert Francis Prevost é o primeiro norte-americano a liderar a Igreja Católica.
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump já enalteceu esta nomeação.
“Parabéns ao cardeal Robert Francis Prevost, que acaba de ser nomeado Papa. É uma grande honra saber que ele é o primeiro Papa norte-americano. Que emoção e que grande honra para o nosso país”, escreveu Trump na sua rede social, Truth Social.
“Estou ansioso por conhecer o Papa Leão XIV. Será um momento muito significativo!”, acrescentou o chefe de Estado norte-americano.
Apesar desta simpatia e entusiasmo iniciais, é sabido que Robert Francis Prevost não está em linha com todas as posições da administração Trump – especialmente no que toca às questões da imigração.
O último tweet do Papa é, precisamente, uma crítica ao vice de Trump, J.D. Vance sobre as políticas de imigração.
Pope Francis’ letter, JD Vance’s ‘ordo amoris’ and what the Gospel asks of all of us on immigration https://t.co/Ikk8gqOMzn
— Robert Prevost (@drprevost) February 13, 2025
Curiosamente, J.D. Vance foi a última pessoa a ser recebida pelo Papa Francisco, no Vaticano, no dia 20 de abril, um dia antes Jorge Mario Bergoglio morrer.
A 3 de fevereiro, Prevost partilhou outro artigo em que se opunha, novamente, ao vice-presidente J. D. Vance: “J.D. Vance está errado: Jesus não nos pede para classificar nosso amor pelos outros“.
JD Vance is wrong: Jesus doesn’t ask us to rank our love for others https://t.co/hDKPKuMXmu via @NCRonline
— Robert Prevost (@drprevost) February 3, 2025
O artigo foi escrito em contraponto a declarações que Trump havia dito que o amor cristão deve seguir uma hierarquia – começando pela família e terminando com o restante do mundo.
Ativo na defesa dos refugiados
No dia 14 de abril, Leão XIV retweetou um artigo com tom crítico à visita do presidente de El Salvador, Nayib Bukele, a Trump, em que os dois comemoram a deportação de imigrantes de um país para o outro.
“Enquanto Trump e Bukele usam a Sala Oval para se rirem da deportação ilegal de um residente dos EUA – que antes foi um salvadorenho indocumentado – o agora bispo auxiliar de Washington, Evelio, pergunta: “Vocês não veem o sofrimento? A vossa consciência não fica perturba? Como conseguem ficar em silêncio?“, diz o texto republicado pelo novo Papa.
As Trump & Bukele use Oval to 🤣 Feds’ illicit deportation of a US resident (https://t.co/t80iDMbBKf), once an undoc-ed Salvadorean himself, now-DC Aux +Evelio asks, “Do you not see the suffering? Is your conscience not disturbed? How can you stay quiet?” https://t.co/jTradMfr0v
— Rocco Palmo (@roccopalmo) April 14, 2025
Mas as críticas vêm já muito de trás – do primeiro mandato de Trump.
Em junho de 2018, quando Trump encorajava a política que levava à separação de famílias refugiadas, o novo Sumo Pontífice da Igreja Católica repartilhou uma mensagem crítica. “Não há nada de cristão, norte-americano ou moralmente defensável numa política que separa crianças de seus pais e as coloca em jaulas. Isso está a ser feito em nosso nome, e a vergonha recai sobre todos nós”.
Durante o primeiro mandato do presidente, o pontífice compartilhou uma série de mensagens em defesa dos refugiados e com críticas às políticas de Trump.
Em janeiro de 2017, na altura da posse de Donald Trump, Prevost publicou um comunicado da Conferência Católica de Bispos que se opunha “fortemente” a um decreto executivo, que prejudica refugiados e famílias imigrantes vulneráveis.