Le Pen formalmente acusada de abuso de confiança em caso de fundos do Parlamento Europeu

European Parliament / Flickr

Marine Le Pen num comício da Frente Nacional

Marine Le Pen num comício da Frente Nacional

A presidente do partido de extrema-direita francês Frente Nacional foi formalmente acusada de abuso de confiança no caso sobre pagamentos a assistentes seus com fundos do Parlamento Europeu, anunciou o seu advogado.

“De acordo com os compromissos assumidos durante a sua campanha presidencial, Marine Le Pen cumpriu hoje a convocatória dos juízes que, como esperado, a interrogaram”, indicou o advogado Rodolphe Bosselut, citado pela AFP.

O jurista acrescentou que a líder da Frente Nacional vai apresentar um recurso “já na segunda-feira” contra esta acusação formal que, na sua opinião, viola o princípio da separação dos poderes.

Le Pen, eleita eurodeputada em 2004, foi indiciada por abuso de confiança “na qualidade de deputada europeia entre 2009 e 2016, por utilização de fundos do Parlamento Europeu” em benefício da sua chefe de gabinete na FN, Catherine Griset, e do seu guarda-costas, Thierry Légier, precisou uma fonte judicial.

A nova deputada à Assembleia Nacional foi também interrogada por “cumplicidade em abuso de confiança” entre 2014 e 2016, na qualidade de presidente do partido de extrema-direita, acrescentou a mesma fonte.

Convocada ao início da tarde para o polo financeiro do tribunal de Paris, Le Pen leu uma declaração e, como a lei permite, não respondeu a perguntas, precisou o seu advogado.

Até agora, a dirigente da FN, de 48 anos, tinha-se recusado a comparecer perante os juízes, invocando a imunidade de eurodeputada para rejeitar uma primeira convocatória, a 10 de março, e depois indicando que acederia ao pedido judicial após as eleições presidenciais e legislativas.

Os magistrados estão a tentar determinar se a Frente Nacional criou um sistema generalizado para remunerar os seus colaboradores permanentes com créditos europeus, fazendo-os passar por assistentes dos seus eurodeputados, mas sem que o trabalho deles tivesse qualquer relação com as atividades do Parlamento Europeu.

O prejuízo para o PE terá ascendido a perto de cinco milhões de euros entre 2012 e 2017, segundo números comunicados pela instituição europeia.

17 deputados europeus da FN, entre os quais Marine Le Pen e o pai, Jean-Marie Le Pen, são visados neste processo em França, aberto em 2015 e que envolve pelo menos 40 assistentes.

// Lusa

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