Em menos de uma década, Portugal encerrou quase mil lares ilegais (enquanto outros do género permanecem abertos). A Segurança Social estará a par das ocorrências, mas nada faz, por reconhecer que não consegue resolver o problema estrutural da falta de instituições do género no país.
Num país cada vez mais envelhecido, há cada vez menos soluções para os idosos.
De acordo com o Jornal de Notícias, em nove anos, 946 lares receberam ordem de encerramento, dos quais 939 por falta de licença.
Ao JN, o presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS) Lino Maia explicou que o número tão elevado de lares clandestinos se deve à falta de respostas legais face à procura.
O dirigente refere que a Segurança Social está a par da situação, mas, não havendo lares legais suficientes, “vai-se fechando os olhos (…) Isto mostra que o processo de legalização não é fácil”.
“É necessário um acompanhamento, o envolvimento de autarquias e mais lares legalizados para que os sem condições não sejam a primeira porta que as famílias têm”, sublinha Lino Maia.
Dos 946 lares de idosos encerrados, desde 2015, 155 foram fechados de urgência pela Segurança Social, que detetou casos de maus-tratos e abusos.
Nesses casos, explicou o Instituto da Segurança Social (ISS) ao JN, “é sempre salvaguardada a transferência dos idosos para outras respostas sociais, em estreita articulação com as famílias”.
De acordo com o matutino, o setor social admite ainda que há situações em que as instituições não cumprem as ordens de encerramento.
Quando não se deteta nada que ponha em causa o mau-estar dos utentes, o Estado deixar funcionar os lares ilegais até arranjar soluções.
Se não fechasse os olhos mais camas faltariam nos hospitais. País de brincadeira.