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Lajes: Jorge Sampaio desmente Durão Barroso

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O ex-presidente da República, Jorge Sampaio

O ex-presidente da República, Jorge Sampaio

O antigo Presidente da República Jorge Sampaio afirmou este sábado que “não cabe ao Presidente autorizar ou deixar de autorizar atos de política externa”, respondendo ao ex-primeiro-ministro Durão Barroso, que disse que Sampaio concordou com a Cimeira das Lajes.

Num artigo de opinião, publicado no jornal Público com o título “Iraque, evocações presidenciais“, Jorge Sampaio começa por referir que “costuma dizer-se que a memória é seletiva e que os relatos históricos são reconstruções narrativas”.

Seguidamente, o ex-presidente sublinha que “as chamadas fontes em história permitem colmatar lacunas e reconstituir factos passados”.

O artigo de opinião de Jorge Sampaio, que foi Presidente da República de 1996 a 2006, surge no dia em que a SIC e o Expresso divulgaram uma entrevista ao ex-primeiro-ministro Durão Barroso, em que este adianta que consultou o então Chefe de Estado acerca da realização da Cimeira das Lajes.

Segundo Durão Barroso, o então presidente Jorge Sampaio terá concordado com a realização da Cimeira, que esteve na origem da invasão do Iraque.

A 16 de março de 2003, reuniram-se na ilha Terceira, na base das Lajes, nos Açores, o Presidente norte-americano, George W. Bush, o primeiro-ministro britânico, Tony Blair, e o primeiro-ministro espanhol, José Maria Aznar, tendo sido recebidos pelo então primeiro-ministro português, Durão Barroso.

A reunião, conhecida como Cimeira das Lajes, levou, quatro dias depois, na madrugada de 20 de março, ao início da intervenção militar no Iraque. Sobre as críticas que lhe foram feitas sobre o seu papel na Cimeira das Lajes, Durão Barroso disse que, na altura, teve “a posição adequada”, de acordo com a informação disponível que possuía sobre o assunto.

ZAP /Lusa

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