Stian Lysberg Solum / EPA
“Heróis do Mar” terminaram este domingo a sua participação no campeonato do mundo com um sabor agridoce — foi a melhor prestação de sempre, mas a esperança do bronze terminou nos últimos segundos. Foi o revelar de uma das maiores promessas do andebol mundial: Francisco Costa, 19 anos, 54 golos.
“Com 54 golos e 22 assistências no Mundial, Francisco Costa é o melhor jogador jovem”, comunicou a IHF, reguladora da modalidade a nível planetário, nas redes sociais.
O prémio (entregue a jogadores com menos de 21 anos) serve de consolação à seleção das quinas, que terminou a sua exibição no Mundial 2025 de andebol, em Oslo, sem conseguir o esperado 3º lugar, depois de perder por um renhido 35-34 que só assegurou o bronze à França nos últimos segundos, quando o guarda redes gaulês defendeu um remate de António Areia.
“É duro… mas mais uma vez mostrámos vontade de vencer e parece estranho ficar triste com um quarto lugar de um Campeonato do Mundo. É a vida. Tenho um tremendo orgulho nestes atletas”, comentou com a RTP o treinador, Paulo Jorge Pereira.
A consolação também chegou através da atribuição do prémio de “homem do jogo” ao guarda-redes português Gustavo Capdeville, que defendeu 31% das ofensivas francesas, uns impressionantes 11/35.
O quarto lugar é, ainda assim, a melhor prestação portuguesa de sempre neste campeonato e em qualquer fase final de grandes competições internacionais, incluindo em seis participações em Campeonatos do Mundo, desde 1997. Há quatro anos, na melhor exibição até agora, só tinham atingido 10º lugar, recorda a Lusa.
It’s not ‘remember the name’, you already KNOW the name. With 54 goals and 22 assists at the 2025 IHF Men’s World Championship, 🇵🇹 Portugal’s Francisco Costa is the ‘Best Young Player Presented by LIDL’ ⭐#CRODENNOR2025 #inspiredbyhandball pic.twitter.com/i52xeHv8EP
— International Handball Federation (@ihfhandball) February 2, 2025
Para além do jovem de 19 anos, estava também nomeado para o prémio o português Diogo Rêma, bem como Ian Barrufet, Petar Cikusa e Djordje Cikusa (Espanha), Gino Steenaerts (Suíça) e Daniel Bláha (República Checa).
Francisco Costa, camisola 26, jogou em todos os nove jogos, tendo marcado 54 golos (tantos como a “estrela” da seleção francesa, Dika Mem) e feito ainda 22 assistências.
Kiko estreou-se internacionalmente há 2 anos, no Campeonato do Mundo da IHF de 2023. Nessa altura, tinha ainda 17 anos, mas foi o melhor marcador do M20 EHF EURO 2022, o que, segundo o próprio site da IHF, “evidenciou o seu enorme potencial”.
Em Kiko, com apenas 19 anos, e no seu irmão, Martim Costa, de 22, recaíam as apostas dos portugueses para conduzir a seleção portuguesa ao melhor resultado possível.
Filho de dois jogadores de andebol, Kiko reuniu todas as condições desde pequeno para se tornar na jovem promessa das quinas.
“Na alcofa já iam ver os jogos. Lembro-me perfeitamente do Kiko a gatinhar no pavilhão em Algeciras, enquanto o Martim, com três anos, andava lá a correr com os filhos dos colegas do pai”, dissera a mãe numa entrevista à Visão.
O pai, Ricardo Costa, treinador do Sporting, onde jogam os dois irmãos, deixou no Instagram, esta semana, uma mensagem aos dois filhos.
“Aproveitem ao máximo, gravem esses momentos tão bonitos nas vossas mentes, ainda que a pressão não vos deixe. Contrariem isso e divirtam-se. Ouçam a melhor música no trajeto até ao pavilhão, sorriam durante o aquecimento e quando for dado o apito arregacem as mangas e vão com tudo. Vocês são os maiores de sempre e façam com que a montanha seja ainda maior para quem vem atrás”, escreveu.
E deu resultado: no jogo contra a França, independentemente do resultado, Kiko Costa teve 73% de eficácia ofensiva — oito golos em 11 remates. O nome dos irmão já assombra jogadores com vários anos de andebol. Para os próximos campeonatos internacionais, o nome Costa promete continuar a fazer história.
Por agora, ficamos com uma Dinamarca vencedora do campeonato, por 32-26 contra a Croácia, título disputado na tarde deste domingo.
