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Juventus 3-2 FC Porto | Dragão histórico fulmina Ronaldo e companhia

Noite histórica para o FC Porto. Em Turim, os campeões nacionais afastaram a Juventus e apuraram-se para os quartos-de-final da Liga dos Campeões.

Um jogo de grande sacrifício para os “dragões” que, apesar de não dominarem, foram a melhor equipa na primeira parte, estiveram na frente, através de uma grande penalidade convertida por Sérgio Oliveira, e só se viram realmente em apuros após a expulsão de Mehdi Taremi, aos 54 minutos.

Com dez jogadores desde esta altura, os portugueses conseguiram aguentar até ao prolongamento, e aqui, Sérgio Oliveira voltou a marcar, de livre directo, de nada valendo o tento de Adrien Rabiot logo a seguir. Venha o próximo.

O jogo explicado em números

  • “Onze” do Porto exactamente igual ao da primeira mão, no Estádio do Dragão. Já a Juve mudou bastante e apostou num esquema de 4-4-2, com Álvaro Morata e Cristiano Ronaldo na frente, numa tentativa de colocar em campo os seus principais artilheiros.
  • O Porto começou atrevido, a querer colocar a Juve em sentido, e no segundo minuto realizou logo o primeiro remate, por Matheus Uribe. Respondeu de imediato a formação da casa, com Álvaro Morata a obrigar Marchesín a uma enorme defesa, e aos sete minutos, grande lance de Zaidu, a passar Juan Cuadrado na esquerda e a centrar para o coração da área.
  • Mehdi Taremi rematou e obrigou Wojciech Szczesny a grande intervenção, e na recarga, de cabeça, o iraniano atirou à barra.
  • Jogo muito animado logo no arranque, com ocasiões dos dois lados e a Juve a mandar no jogo ao quarto-de-hora, com 67% de posse de bola, dois remates, um enquadrado, mas os “dragões” a registarem quatro, desenquadrados, um ao ferro. Os italianos deixavam muitos espaços para os portistas entrarem na sua área, e estes aproveitavam para terem oito acções com bola nesta zona, contra três.
  • E em mais um desses lances, o Porto chegou à vantagem. Demiral carregou Taremi na grande área, o árbitro apontou para a marca da grande penalidade e na conversão, Sérgio Oliveira não desperdiçou, anulando a vantagem da Juve pelo golo apontado fora. Tudo a correr bem para o “dragão” em Turim.
  • A “vecchia signora” não aprendeu a lição e continuou a cometer os mesmos erros. No ataque, perante um Porto com as linhas muito juntas e a convidar a Juve ao passe longo, a equipa italiana fazia isso mesmo, à procura de Cristiano Ronaldo ou Morata, mas os lances eram facilmente anulados. Na defesa, os anfitriões deixavam muitas vezes apenas dois elementos atrás, permitindo aos portugueses surgir muitas vezes em superioridade numérica no contra-ataque.
  • Assim, à meia-hora, a Juventus registava 64% de posse, mas o Porto era melhor e mais perigoso no ataque, com oito disparos, contra quatro dos da casa, ambos com três enquadrados.
  • Numa das poucas vezes que conseguiu surgir com perigo, Morata voltou a esbarrar num Marchesín muito atento, por isso, o guarda-redes argentino era o melhor em campo nesta fase, com um rating de 6.4, fruto de três defesas, duas a remates na sua área e a menos de oito metros.
  • Grande primeira parte do Porto em Turim, tacticamente perfeito, personalizado, sem medo e ciente do que fazer para afastar o campeão italiano.
  • Com linhas muito juntas e a obrigar a Juve a recorrer ao passe longo, os portugueses usaram da melhor forma o contra-ataque, criaram diversos lances de perigo, marcaram de penálti e chegaram ao intervalo com superioridade no capitulo do remate e nos expected goals (xG).
  • E quando as coisas não corriam bem defensivamente, Marchesín ia resolvendo, pelo que era o melhor em campo ao descanso, com um GoalPoint Rating de 6.9, fruto de quatro defesas, três a remates na sua área e a menos de oito metros de distância.
  • Mas as coisas começaram mal no segundo tempo. Logo aos 49 minutos, Cristiano Ronaldo recolheu na área, deixou para Federico Chiesa e este, com um belo remate em jeito, empatou 1-1, ao nono disparo da formação italiana, sexto enquadrado. Nesta altura o Porto não estava a conseguir libertar-se para o contra-ataque e esse facto dava confiança aos transalpinos.
  • E pior as coisas ficaram para os “dragões”, que se viram reduzidos a dez elementos aos 54 minutos. Taremi viu dois amarelos num espaço de dois minutos e foi para os balneários mais cedo. A partir de agora era sofrer para contrariar a pressão italiana, que quase dava frutos aos 56 minutos, com Chiesa a isolar-se, a desviar de Marchesín, mas a bola acabou no poste.
  • Adivinhava-se o segundo golo dos italianos e este surgiu aos 63 minutos. Juan Cuadrado cruzou na perfeição da direita e Chiesa, sempre ele, surgiu a cabecear com êxito. Ao quinto remate no segundo tempo, quarto enquadrado, os homens da casa marcavam, e registavam impressionantes 82% de posse desde o descanso. O Porto não conseguia atacar.
  • Aos poucos o jogo acalmou, para alívio dos portistas, que ainda assim sentiam muitas dificuldades e, aos 75 minutos, registava 25% de posse apenas, mas um pouco melhor do que dez minutos antes. Remates é que nem vê-los, enquanto a Juve somava nove desde o descanso, cinco com boa direcção. Os “dragões” estavam com dificuldade para segurar a bola (63% de eficácia de passe).
  • O primeiro remate do Porto no segundo tempo aconteceu apenas aos 83 minutos, por Malang Sarr, e obrigou Szczesny a grande intervenção. E aos 85, Marega atirou às malhas laterais, num lance de muito perigo. Já nos descontos, Juan Cuadrado, num remate de pé esquerdo de fora da área, acertou com estrondo na trave, naquele que foi o derradeiro lance do tempo regulamentar. Decisão para prolongamento.
  • Aqui, e apesar de a Juve continuar a dominar, o jogo partiu um pouco e os lances de perigo registaram-se dos dois lados. Tudo poderia acontecer e aconteceu na baliza italiana. Aos 115 minutos, na conversão de um livre directo, Sérgio Oliveira rematou forte e o guardião polaco dos homens da casa não conseguiu evitar o 2-2. Mas ainda faltava.
  • Logo a seguir, na sequência de um canto da esquerda, Adrien Rabiot recolocou os transalpinos na frente do marcador, mas ainda atrás na eliminatória. E nada mais puderam fazer. O Porto lutou, mostrou uma mentalidade muito forte e nem Cristiano Ronaldo conseguiu contrariar a caminhada rumo à eliminatória seguinte.

 

O melhor em campo GoalPoint

Que jogo incrível de Juan Cuadrado. A noite é do Porto, é certo, mas o melhor em campo foi mesmo o lateral-direito colombiano, que esteve muito perto da nota máxima.

Os números finais do jogador da Juventus permitiram-lhe bater vários recordes da época na Liga dos Campeões, incluindo de passes para finalização (12), cruzamentos de bola corrida (19), cruzamento de bola corrida eficazes (9) e acções com bola (160). Cuadrado terminou com uma assistência, três ocasiões flagrantes criadas, seis dribles completos em 11 e seis desarmes.

Não espanta o extraordinário GoalPoint Rating de 9.9.

Jogadores em foco

  • Marchesín 9.5 – Não é normal vermos exibições deste calibre em guarda-redes na Liga dos Campeões. O argentino foi um autêntico muro, dono de dez defesas, sete a remates na sua grande área, cinco deles a menos de oito metros.
  • Sérgio Oliveira 7.3 – O homem do jogo, pelos golos que marcou, os dois dos portistas, que apuraram a equipa portuguesa. O médio terminou o jogo exausto, mas com três remates enquadrados (100%), dois passes para finalização e quatro acções com bola na área contrária.
  • Pepe 7.1 – Exibição monstruosa do central portista. Os seus 38 anos mais parecem 28 e, nesta partida, o internacional português bateu o recorde de alívios nesta edição da prova. Foram nada menos que 18, mais três que o anterior registo máximo, e ainda fez dois bloqueios de remate.
  • Adrien Rabiot 8.4 – O segundo melhor da Juve e um dos mais inconformados. O francês marcou um golo, o 3-2, foi o mais rematador, com seis disparos, três deles enquadrados, criou duas ocasiões flagrantes em dois passes para finalização, acumulou 121 acções com bola e dez recuperações de posse.
  • Federico Chiesa 7.2 – Um autêntico quebra-cabeças. O italiano foi sempre o jogador mais perigoso da Juventus e foi ele o autor dos dois primeiros golos da sua equipa. Acções com bola na área portista foram dez, dribles eficazes três, em seis tentativas, acertou uma vez no poste, mas pecou com duas ocasiões flagrantes desperdiçadas.
  • Cristiano Ronaldo 5.8 – O craque português esteve muito apagado e a sua nota, positiva, sustenta-se muito na assistência que fez para o 1-1. Ainda assim fez cinco remates, dois enquadrados, somou quatro passes ofensivos valiosos, sete acções com bola na área contrária e ganhou os dois duelos aéreos ofensivos em que participou.

 

Resumo

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