Julgamentos adiados: faltam carrinhas para transportar presos

Mário Cruz / Lusa

Falta de guardas prisionais não é o único problema das prisões. Em Custóias, três julgamentos e dois interrogatórios foram cancelados só numa manhã por não haver forma de transportar os reclusos até aos tribunais.

Além de guardas prisionais, faltam viaturas celulares na cadeia de Custóias, em Matosinhos.

Só na manhã desta quinta-feira, três julgamentos e dois interrogatórios foram cancelados porque o estabelecimento prisional não conseguiu transportar os reclusos para os tribunais de Matosinhos, Gaia e para a esquadra da PSP de Vila do Conde.

A solução? Agrupar reclusos de diferentes processos na mesma viatura, o que exigiu uma vigilância adicional da PSP.

O estabelecimento prisional de Custóias tinha 11 reclusos para transportar a diligências externas, sabe o Jornal de Notícias, mas com apenas cinco viaturas disponíveis, teve que priorizar quais os reclusos a transportar, resultando em adiamentos forçados.

A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) confirmou ao jornal a situação, e lembrou: a escassez de recursos não é nova.

A falta de guardas prisionais por todo o país, que tem sido alvo de maior escrutínio após a recente fuga de cinco prisioneiros da prisão de Vale dos Judeus, também se faz notar em Custóias: esta quinta-feira, apenas 14 guardas estavam disponíveis para vigiar 920 presos.

O problema tem gerado inúmeras críticas tanto dos sindicatos — como o Sindicato do Corpo Nacional da Guarda Prisional — quanto da Associação Sindical dos Juízes Portugueses, que apontam os atrasos crónicos no transporte dos reclusos.

 

Apesar das dificuldades, a DGRSP anunciou a chegada de novas viaturas celulares na próxima semana para aliviar a situação. No entanto, a gravidade da situação já levou a adiamentos anteriores de julgamentos, como aconteceu em junho no Tribunal de Santa Maria da Feira, onde o juiz pediu à DGRSP uma data definitiva para as diligências.

ZAP //

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