Serão julgadas “sem piedade”. Justiça iraniana avisa quem desafiar uso do véu islâmico

Julien Warnand / EPA

Protestos em Teerão, no Irão, pela morte da jovem Mahsa Amini.

Responsável pelo poder judicial defendeu que a falta do véu islâmico a “inimizade” com os valores do país.

Se dúvidas restassem, o Irão voltou a mostrar que não está disposto a relaxar as regras do uso de véu islâmico. Gholamhossein Mohseni Ejei, responsável pela justiça iraniana avisou avisou que as mulheres que aparecerem em público sem a peça de vestuário serão julgadas “sem piedade”.

O responsável defendeu que a falta do véu islâmico a “inimizade” com os valores do país, pelo que ameaçou que “quem cometer tais atos anómalos será punido”. Na entrevista, citada pelo The Guardian, Mohseni Ejei reforçou que os agentes estão obrigados a reportar às autoridades competentes todos os “crimes óbvios e qualquer tipo de anomalia contra a lei religiosa”.

As declarações surgem após meses de protesto contra a obrigatoriedade do código de vestuário, no seguimento da morte de Mahsa Amini, às mãos da polícia, por usar incorretamente o véu. No rescaldo dos protestos, o procurador-geral do Irão anunciou em dezembro o fim da polícia da moralidade, um anúncio que suscitou muitas dúvidas na comunidade internacional.

Do lado político, os sinais também não deixam transparecer um recuo, com o Ministério do Interior a reconhecer que não haveria qualquer recuo. Aliás, um deputado iraniano ameaçou que caso o poder judiciário não adote mais pedidas contra as mulheres que infrinjam as regras de vestuário, um grupo de legisladores iria avançar com uma proposta de lei sobre o tema.

ZAP //

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