Juiz suspeito de lavar milhões com criptomoedas e de apoiar a imigração ilegal

O juiz Hélder Claro, que já foi expulso da magistratura, é suspeito de crimes de branqueamentos de capitais e de participar em negócios ilegais no ramo imobiliário.

Hélder Claro, anteriormente juiz em Vila Real de Santo António, foi expulso da magistratura após ser apanhado em escutas telefónicas que o ligavam a negócios imobiliários suspeitos e a atividades de branqueamento de capitais.

A decisão foi tomada pelo Conselho Superior da Magistratura que, em plenário, considerou que o juiz violou o dever de exclusividade e comprometeu a independência e dignidade da função.

As investigações, iniciadas em 2020, também apontaram para a possível participação do magistrado em esquemas de auxílio à imigração ilegal e operações de lavagem de dinheiro com criptomoedas. Além disso, Claro foi identificado como sócio oculto em várias empresas, uma das quais realizou transações suspeitas com outros magistrados, avança o Correio da Manhã.

Este caso ganhou ainda mais notoriedade quando conduziu à separação de processos nas autarquias de Vila Nova de Gaia e Espinho, revelando um vasto esquema de corrupção que se estendia por estas localidades. Paulo Malafaia, empresário do ramo imobiliário, foi detido e está atualmente em prisão preventiva, implicado em ambos os casos municipais.

As interceções das comunicações de Claro revelaram transações bancárias que envolviam centenas de milhões de euros, com investigações subsequentes validadas pela Relação do Porto. A partir destas, emergiu a ‘Operação Babel’, que inicialmente estava relacionada com Claro, mas que se expandiu para incluir figuras como João Lopes, advogado, e Patrocínio Azevedo, vice da autarquia de Vila Nova de Gaia, ambos implicados em atividades corruptas.

Patrocínio Azevedo, assim como o ex-presidente de Espinho, Miguel Reis, foram ambos apanhados em escutas e estão detidos devido a suas conexões com o esquema de corrupção.

Após mais de um ano de investigações sob a égide da Relação, concluiu-se que não existiam ligações diretas de Claro aos crimes investigados em ‘Operação Babel’, levando a uma separação formal dos casos.

ZAP //

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