O rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, terá escondido 7,9 milhões de euros na Suíça até agosto de 2018, quatro anos depois de abdicar do trono e de perder a imunidade que lhe era concedida pela Constituição espanhola.
A notícia é avançada esta terça-feira pelo jornal espanhol El Confidencial, que teve acesso a documentos exclusivos sobre o alegado dinheiro ocultado em território suíço.
O dinheiro terá sido escondido na Fundação Zagatka, sociedade instrumental criada por Álvaro de Orleans-Borbón, primo do ex-monarca, constituída no Liechtenstein em 2003.
Segundo o jornal, a saída de recursos da fundação intensificou-se a partir de 2014 e “e coexistiu com outros produtos opacos que também estão sendo investigados pela Justiça”.
Terão decorrido também alegadas transferências pouco claras do empresário mexicano Allen Sanginés-Krause, que terá pagado cartões “pretos” para serem utilizados por membros da família real espanhola, escreve a RT, que cita o jornal espanhol.
A conta da Fundação Zagatka registou movimentos até há dois anos.
No início de 2018, tinha um saldo de 8.729.172 euros, sendo que a 2 de agosto deste ano, o valor dos ativos baixou para 7.881.167 – a diferença de montantes terá sido fruto de levantamentos e transferências para o pagamento de bens e serviços.
Álvaro de Orleans-Borbón disse ser o dono dos fundos, mas negou ser o testa-de-ferro do rei emérito, reconhecendo, contudo, que criou a fundação para ajudar a monarquia.