Pronto, está explicado: jovens revelam porque nunca – mesmo nunca – atendem o telemóvel

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25% da Geração Z nunca atende. Mais de metade explica que, se o telefonema não for combinado, é porque do outro lado vem aí uma má notícia. Mas há outros motivos.

O telefone está a tocar
Não vou atender
Não quero saber
Quem me quer falar

Noutros tempos, quem tivesse um telefone era um privilegiado. Falar na rua com um telefone móvel? Impensável. Nessa altura, em muitas famílias, era raro conseguir falar ao telefone com alguém.

Hoje, numa realidade onde em cada casa há um ou dois (ou 5 ou 10) telemóveis, e numa altura em que milhões e milhões de pessoas pagam uma mensalidade e depois falam quantas vezes quiserem, seria expectável que, em 2024, atender uma chamada fosse automático.

Mas não é assim. Sobretudo para a geração Z.

Os jovens que por esta altura têm entre 18 e 34 anos não atendem o telemóvel muitas vezes – os pais de alguns já devem ter reparado.

A conclusão é revelada (ou confirmada) num inquérito do Uswitch, citado no The Times.

Entre os 2 mil entrevistados, 25% admitiram que nunca atendem uma chamada no seu telemóvel.

Vêm o telemóvel a tocar, e o que fazem? Ignoram.

Depois, respondem? Uns enviam SMS ou escrevem num chat da internet, se conhecem o número; se não conhecem, procuram o número no Google.

Mas mais de metade explicou que, se recebe um telefonema que não estava combinado, é sinal de que vem aí uma má notícia. Por isso, nem atendem. Mesmo que conheçam o número.

Aliás, são citados exemplos de jovens que revelam que só atendem a chamada se tiverem algo combinado em relação a esse telefonema; caso contrário, nunca atendem.

“Porque já não se fazem telefonemas espontâneos“, justificou a humorista Freya Mallard. A mensagem de voz “traz muito menos pressão”.

Até para anunciar momentos importantes, o telefonema começa a ficar fora da lista. A mesma Freya está grávida mas vai anunciar o nascimento nas redes sociais – não vai falar directamente com ninguém, mesmo que seja familiar mais próximo. Dá muito trabalho pensar no que dizer e como dizer.

E sim, confirma-se outra tendência: escrever em vez de falar. Cerca de 70% disse que prefere enviar uma mensagem em vez de ligar.

37% prefere uma mensagem de voz em vez de uma chamada – aqui, na faixa etária entre 35 e 54 anos, a percentagem desce para… 1%.

Por isso, o telefone já não serve para…telefonar. “Não vejo nenhuma vantagem em usar o telemóvel para ligar. É muito mais fácil escrever”, comentou o jovem Carlum Godson.

Os jovens preferem comunicações de “baixa pressão”. É um sinal de que não há urgência em terem uma resposta.

E porque não querem invadir o espaço do outro, perturbar – porque, quando são os próprios a ser “perturbados”, já se sabe: não atendem.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

1 Comment

  1. Essa geração Z, da qual tenho exemplo em casa, quando não atende, leva responso. O telefone é para ser atendido, sobretudo dos círculos familiares, caso contrário não faz sentido usar um. A maioria das vezes, é porque está no silêncio, o que dá direito a mais outro responso.

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