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José Eduardo dos Santos admite demitir-se da presidência do MPLA

Pedro Parente / Lusa

O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos

“Se quiserem que eu saia, eu saio já”. José Eduardo dos Santos anunciou, esta sexta-feira, a realização de um congresso extraordinário para “resolver” a liderança do partido.

O presidente do MPLA e antigo chefe do Estado angolano, José Eduardo dos Santos, anunciou esta sexta-feira a realização de um congresso extraordinário para “resolver” a liderança do partido, a convocar para dezembro deste ano ou abril de 2019.

Segundo o Expresso, o ex-chefe do Estado angolano reconheceu esta semana, durante uma reunião do MPLA, que poderá abandonar a presidência do partido, cargo que tinha prometido abandonar ante do fim de 2018.

A declaração de que o poderá fazer em breve (muito antes do ano acabar), foi feita depois de Roberto de Almeida, um dos subscritores do abaixo assinado contra a sua permanência, ter exigido o fim imediato da bicefalia política: João Lourenço é o Presidente da República e Eduardo dos Santos o líder do partido que governa o país.

“Se quiserem que eu saia, eu saio já”, disse, reagindo às vozes que o querem ver afastado do partido. A antiga governadora de Cabinda, Aldina da Lomba, está do lado do antigo Presidente, denunciando a existência de “grupinhos que pretendem instalar a confusão”” durante a reunião do comité central do MPLA que se realiza esta sexta-feira.

Rui Falcão, governador de Benguela, e Paulo Pombolo, antigo governado do Uíje, são contra a bicefalia, criticando duramente a duplicidade de poder que existe em Angola.

Para muitos, a solução passa agora pela convocatória imediata de um congresso extraordinário para discutir a sucessão de Eduardo dos Santos. Sobre esta questão, o atual presidente do MPLA não hesitou: “Se o problema é o congresso, vamos realizá-lo. Não quero ser um empecilho”.

O anúncio da realização do congresso extraordinário para “resolver” a liderança do partido foi feito esta sexta-feira, no discurso de abertura da 5ª sessão ordinária do Comité Central, que decorre no Complexo Turístico Futungo 2, em Luanda.

Durante a intervenção, Eduardo dos Santos, que foi chefe de Estado em Angola durante 38 anos, recordou que se comprometeu a envolver-se “pessoalmente” no grupo de trabalho que ao longo de 2018 vai “preparar a estratégia” do MPLA para as primeiras eleições autárquicas em Angola.

“Assim, recomendo, por ser mais prudente, que a realização do congresso extraordinário do partido, que vai resolver a liderança do MPLA, seja em dezembro de 2018 ou abril de 2019”, disse, sem adiantar mais pormenores sobre este processo.

ZAP // Lusa

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