Arqueólogos encontram joias de ouro da época da rainha Nefertiti no Chipre

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(dr) Peter Fischer and Teresa Bürge

O pingente de ouro, em forma de flor de lótus, com pedras preciosas incrustadas (à direita)

Arqueólogos concluíram uma escavação de duas sepulturas na cidade da Idade do Bronze de Hala Sultan Tekke, no Chipre. As descobertas incluem mais de 150 esqueletos humanos e cerca de 500 objetos.

Em 2018, os arqueólogos da Universidade de Gotemburgo encontraram duas sepulturas em forma de câmaras subterrâneas, com um grande número de esqueletos humanos, em Hala Sultan Tekke, no Chipre.

Nos últimos quatro anos, esta equipa teve de fazer um trabalho extremamente delicado, já que os ossos estavam num estado muito frágil por terem estado mais de três mil anos num solo salgado.

Além de terem encontrado os restos mortais de 155 pessoas, os investigadores também foram surpreendidos com cerca de 500 objetos, entre joias de ouro, pedras preciosas e peças de cerâmica ricamente decoradas.

Todos estavam em camadas uns sobre os outros, o que mostra que os túmulos foram usados por várias gerações, e os objetos indicam que eram túmulos familiares pertencentes à elite que governava a cidade.

“Por exemplo, encontrámos o esqueleto de uma criança de cinco anos com um colar, brincos e uma tiara, todos de ouro. Provavelmente era filho/a de uma família rica e poderosa”, disse, em comunicado, o professor Peter Fischer, que liderou estas escavações.

“Também encontrámos um touro de cerâmica. O corpo deste touro oco tem duas aberturas: uma nas costas para enchê-lo com um líquido, provavelmente vinho, e outra no nariz para poder beber. Aparentemente, estas pessoas tinham festas para homenagear os seus mortos“, acrescentou.

Entre as pedras preciosas encontradas estão, por exemplo, uma de cornalina da Índia, uma de lápis-lazúli do Afeganistão e âmbar de todo o Mar Báltico – objetos que indicam que estas pessoas da Idade do Bronze tinham uma vasta rede de comércio.

Os arqueólogos também encontraram evidências de comércio com o Antigo Egito, incluindo joias de ouro, escaravelhos (amuletos em forma de besouro com hieróglifos) e restos de peixe importados do Vale do Nilo.

A equipa também conseguiu datar estas joias, comparando-as com objetos semelhantes encontrados no Egito.

“As comparações mostram que a maioria dos objetos é da época da rainha Nefertiti e do marido e faraó Aquenáton, por volta de 1350 A.C. Encontrámos um pingente de ouro, uma flor de lótus com pedras preciosas. Nefertiti usava joias parecidas”, disse ainda Fischer.

O próximo passo será a análise do ADN dos esqueletos. “Isso vai revelar como os diferentes indivíduos se relacionam entre si e se há imigrantes de outras culturas, o que não é improvável tendo em conta as vastas redes de comércio”, concluiu.

ZAP //

5 Comments

    • Caro leitor,
      Obrigado pelo seu reparo.
      De acordo com as normas estabelecidas pelo Acordo Ortográfico de 1990, com as quais o artigo foi escrito, a grafia “joias”, “objeto” e “Egito” está correta.

    • PL, negacionista do Acordo Ortográfico. Quer se concorde ou não, o Acordo foi instituído e não vai regressar ao passado. Imagine o que seria jovens como os meus netos, entenderem que a palavra ‘objeto’ se escreve com um c mudo que eles não ouvem e não dizem, para eles seria um absurdo de velhos do Restelo.

      • O Aborto Ortográfico é a maior aberração de sempre contra a Língua Portuguesesa e ninguém que a respeite pode concordar com ele!

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