A Johnson & Johnson enfrenta esta terça-feira um processo milionário. A empresa está a ser acusada de fomentar uma “epidemia de opióides”.
Arrancou esta terça-feira o julgamento de um processo multimilionário que coloca várias farmacêuticas norte-americanas no banco do réu. Uma delas é a Johnson & Johnson, que é acusada de fomentar uma “epidemia de opióides”.
Segundo o The Guardian, este é o primeiro de dois mil processos interpostos pelos governos estaduais e locais norte-americanos contra fabricantes de opióides, apontados como uma das causas de morte por overdose nos Estados Unidos.
A Johnson & Johnson produz um adesivo de fentanil que pode ser prescrito para pacientes que sofram com dores intensas e crónicas. O fentanil é usado como droga recreativa, muitas vezes misturada com heroína e cocaína. Aliás, foi esta substância que matou Prince em abril de 2016, que a consumia para aliviar dores crónicas.
Mike Hunter, Procurador Geral de Oklahoma, alegou que a Johnson & Johnson, a Purdue Pharma e a Teva Pharmaceutical realizaram campanhas enganadoras que minimizaram os riscos do consumo de opióides. Além disso, o procurador acusa ainda a Johnson & Johnson de estar “por detrás da pior crise de saúde pública provocada pelo homem, na história do estado”.
Os advogados da Johnson & Johnson negam quaisquer irregularidades e garantem que comercializaram produtos de forma responsável.
Só em 2017, os Centros de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos registaram mais de 47 mil mortes por overdose relacionadas com opióides. Morrem, em média, 130 norte-americanos por dia desta forma.