João Lourenço exonera comandante da polícia e chefe da secreta militar

1

Fernando Villar / Lusa

O presidente de Angola, João Lourenço

O Presidente angolano exonerou hoje o comandante-geral da Polícia Nacional, Ambrósio de Lemos, e o chefe da secreta militar, general António José Maria, nomeando respetivamente, para os mesmos lugares, o comissário-geral Alfredo Mingas e o general Apolinário José Pereira.

A informação foi divulgada esta segunda-feira pela Casa Civil do Presidente da República, em comunicado à imprensa, adiantando que na exoneração do chefe do Serviço de Inteligência e de Segurança Militar, o chefe de Estado, João Lourenço, auscultou previamente o Conselho de Segurança Nacional.

João Lourenço substituiu as chefias da Polícia Nacional e do Serviço de Inteligência e Segurança Militar, ambas nomeadas por José Eduardo dos Santos na reta final dos quase 38 anos de poder.

António José Maria, que foi exonerado, é um dos membros do círculo de poder mais próximo de José Eduardo dos Santos. De acordo com o site Maka Angola, do jornalista e ativista Rafael Marques, o afastamento de António José Maria era uma questão de “quando” e não “se”, aponta o Observador.

A inimizade daquele general em relação a João Lourenço era conhecida dentro do Ministério da Defesa, chefiado pelo atual Presidente à sua tomada de posse. “Sempre que a Televisão Pública de Angola passa imagens da campanha do João Lourenço, ou apresenta-o a falar, o general manda desligar imediatamente os televisores”, disse uma fonte do Ministério da Defesa, ainda antes das eleições de 23 de agosto deste ano.

E, já depois da eleição de João Lourenço, António José Maria terá repetido várias vezes a sua máxima: só obedece a Jesus Cristo e a José Eduardo dos Santos.

Já em agosto, antes das eleições, previa-se o desafio deixado por José Eduardo dos Santos a João Lourenço.

Antes de sair de cena, o ex-Presidente preparou as condições da sua reforma, fazendo aprovar pelo Parlamento uma lei que determina que, depois de deixar o cargo, continua a receber 90% do salário e a contar com a proteção de guarda-costas. Mais importante ainda, continua a beneficiar de imunidade judicial.

Outra lei, aprovada há um mês, impede o futuro Presidente de mudar os chefes da polícia, dos serviços secretos e das Forças Armadas, nomeados por José Eduardo dos Santos, durante os próximos oito anos. Agora, João Lourenço fez frente ao homem que chefiou o país por 38 anos.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Grande limpeza… esperemos que os interesses instalados e as grandes multinacionais, não lhe façam a barba… Até agora, promete ser um grande Presidente !

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.