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Após 14 anos preso por matar a sobrinha, tio de Joana diz que ela está viva e que foi vendida

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Depois de ter cumprido 14 anos de prisão por ter sido condenado pela morte da sobrinha Joana, em co-autoria com a irmã Leonor Cipriano, João Cipriano assegura que está inocente e que só confessou o crime “à base de muita porrada”. Quanto a Joana, diz que está viva e que foi vendida por 50 mil euros.

João Cipriano e a irmã Leonor Cipriano passaram mais de 14 anos presos, após terem sido condenados pela morte de Joana, criança que desapareceu em Setembro de 2004.

O corpo da menina, filha de Leonor Cipriano, nunca foi encontrado, mas as confissões da mãe e do tio foram decisivas para as condenações por homicídio. A teoria que foi dada como provada aponta que João Cipriano matou a menina, batendo-lhe, depois de esta o ter apanhado a manter relações sexuais com a irmã, que a esquartejou e que guardou o seu corpo numa arca frigorífica, antes de o dar a comer aos porcos.

Depois de ter confessado à polícia estes dados e de os ter reafirmado em tribunal, durante o julgamento, João Cipriano assegura, agora, numa entrevista ao programa “Linha Aberta” de Hernâni Carvalho na SIC, que está inocente e que foi “uma confissão à força, à base de porrada”.

João Cipriano alega que foi “torturado” pela Polícia Judiciária (PJ) para confessar, notando que lhe colocaram “os dois joelhos em cima de dois cinzeiros” e que lhe bateram com “revistas telefónicas”.

“A PJ é que disse que cortei a Joana aos pedaços e que dei aos porcos”, refere, dando a entender que foi orquestrado para contar a versão dos factos que apresentou em tribunal.

Não toquei com um dedo na minha sobrinha e vou fazer tudo para a encontrar”, frisa ainda, salientando que quer “provar” a sua inocência. “Estou inocente e vou prová-lo”, destaca.

Vendida a “casal estrangeiro” por 50 mil euros

João Cipriano revela ainda que a irmã vendeu Joana por 50 mil euros a “um casal estrangeiro”. Ele assegura que Leonor Cipriano lhe contou que ia vendê-la e diz que o suposto negócio se concretizou nesse dia 12 de Setembro de 2004, quando a criança desapareceu.

O homem relata que Leonor entrou com Joana num “carro preto de alta cilindrada” que estacionou à porta da sua casa. Mas só Leonor deixou a viatura, enquanto a menina terá sido levada por um suposto “casal estrangeiro”.

João Cipriano também refere que o cunhado, Leandro, que era o então companheiro de Leonor Cipriano, sabia do alegado negócio.

O tio de Joana destaca que a família, que tinha outros filhos pequenos, vivia com muitas dificuldades financeiras, o que terá sido a justificação para a suposta venda da menina.

Manifestando-se “arrependido de muita coisa”, nomeadamente de ter “confessado um crime” que diz não ter cometido, João Cipriano revela que não mantém qualquer contacto com a irmã desde que foi preso. “Não quero conversas com ela”, sublinha, destacando que a mãe e os outros irmãos acreditam na sua inocência.

João Cipriano assegura que nunca abusou sexualmente de Joana e que nunca teve nenhuma relação de intimidade com a irmã. “Ela é que disse e está a mentir com todos os dentes que tem na boca”, aponta, realçando que foi uma estratégia de Leonor Cipriano para dizer que ele estava no local do crime.

Tanto João Cipriano como Leonor Cipriano estão em liberdade condicional, após terem cumprido a maior parte do tempo das penas a que foram condenados pela morte de Joana.

Leonor Cipriano também já garantiu à comunicação social que está inocente, defendendo a tese de que a filha foi raptada. Esta possibilidade é abordada no documentário da Netflix sobre o caso de desaparecimento de Maddie McCann, onde se admite que as duas crianças podem ter sido raptadas por uma rede de pedofilia.

SV, ZAP //

10 Comments

  1. Onde estão depositados ou gastos os 50000 euros ? Vergonhoso ! Agora vem dizer que levaram e não pagaram … devia ser perpetua a prisão !

    • Depositados?
      Alguém deposita ou trasfere por via bancária dinheiro de um crime????
      E, se estiveram atràs das grades, não puderam (ainda) gastá-lo…

  2. Eu sempre vi este caso como uma história mal contada.
    Houve morte mas não há cadáver, foi dada a comer aos porcos, o certo é que não houve provas, apenas confissões com base em violência.
    Esta versão sempre me fez mais sentido.
    Não quero dizer que vender um ser humano não seja condenável, mas que seja condenado por esse facto, não por confissões extorquidas à força.
    Este tipo de justiça mete-me grande medo, condenado por convicção do juiz.
    Já o condenado do caso Rui Pedro também me perece ter sido forjado para calar bocas.
    E há muitos mais casos que me parecem histórias mal contadas, mas é a justiça que temos…

    • o problema josé é esse mesmo ,,é se fazer justiça para se agradar as pessoas ,,,eles foram torturados ,,,mesmo em prisao preventiva dias a fio de tortura ,,,agentes da judiçiara abituados a torturar para obter confissoes a base do murro e pontape ,,,o julgamento a policia por ttotura foi amplamente provado por alguem da medecina legal ,,que em tribunal afirmou que as marcas da mae foram infligida e nai de nenhuma queda ,,,como o julgamento foi por juri a policia saiu ilesa e absolvida ,,eu na verdade nao sei se eles sao ou nao culpados ,,,o que sei é que a policia teve graves abusos ,,que ultrapassou limites que numa sociedade de direito nao deveriam acontecer ,,o corpo nunca apareceu nem vestigios do corpo e claro surjiu rapidamente a teoria dos porcos ,realmente os porcos comem tudo ,,,mas tambem cagam ,,,,nao sei se a menina esta viva ou nao so sei que a nossa policia tem graves deficiencias neste tipo de casos ,..e foi simples incutir na sociedade a culpa da mae e do tio ,,,,se eles sao culpadpos não sei ,,so sei que em nenhum dos casos inclusive o de meddie,,a policia não me convenceu em nada em toda linha da investigação foi notoria a desorientação dos agentes e notoria foi tambem a sua capacidade de insenção nas investigações ,,utilizando sempre a comunicação sosial a seu favor para moldar a openião publica ,,,a diferença entre os casos é que a uns conseguiram uma confissão com base na tortura ,,e no outro caso nao lhes tocaram sequer com um dedo ,, terias muito mais para lhe dizer José ,,,sabe eu li os dois livros de gonsalo amaral o caso joana e da madiiee ,,,e quando li os livros percebi que muita coisa estava errada ,,pois no livro de joana chegam a insinuar que o tio foi a um ferro velho a espanha e que possivelmente e criança ia la ,,,mas foi aceite em tribunal a teoria dos porcos entre outras coisas que para mim nunca bateram certo ,,mas nem o livro mostra provas palpaveis de nada e no caso madiie é identico ,,,espero que a policia judiciara de hoje tenha aprendido com os erros destes agentes ,,,pois eu tenho a certeza que muitos agentes com uma boa formção nunca teriam esta conduta e chegariam a resutados mais verdadeiros .

  3. Esta história esteve sempre muito mal contada.
    Uma coisa certa é que Paulo Pereira Cristóvão, que foi acusado de torturar Leonor Cipriano para esta confessar a co-autoria do crime de morte e ocultação de cadáver de Joana, sua filha.
    Será que alguém não confessava tudo e mais ou pouco sob coação e tortura?
    Será que a mãe de Joana e seu irmão, não contam a verdade toda com receio de represálias?

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