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JMJ: milhares de peregrinos não regressaram ao país de origem

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Miguel A. Lopes / Lusa

Peregrinos de várias nacionalidades em Lisboa, durante a Jornada Mundial da Juventude – JMJ

Crescem as suspeitas de que milhares de peregrinos não regressaram ao seu país após a JMJ. Se forem identificados em situação irregular, o procedimento é claro: serão notificados para deixar Portugal num prazo de 10 a 20 dias.

Após a Jornada Mundial de Juventude (JMJ) que teve lugar em Lisboa de 1 a 6 de agosto, há suspeitas de que centenas, talvez milhares, de jovens peregrinos não retornaram aos seus países de origem, tendo optado por ficar em Portugal ou migrar para outros países europeus, na busca de melhores oportunidades de vida, avança o Expresso.

A maioria desses jovens teria vistos Schengen de curta duração, entre 18 e 23 dias. Agora, muitos estão em situação irregular, com documentos prestes a caducar. Alguns demonstraram inclusive intenção de legalização junto do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

As primeiras evidências de desaparecimento de peregrinos surgiram durante a própria JMJ, nomeadamente em representações de Cabo Verde e Angola. Outras nacionalidades da CPLP, como brasileiros e timorenses, têm isenção de visto, tornando a contabilização mais complexa — os números exatos são desconhecidos.

“Ameaça significativa” reconhecida pelo SEF

O SEF reconhece a dificuldade em determinar o número exato de peregrinos que permaneceram. A mobilidade entre os países do espaço Schengen torna a tarefa desafiante. Eventuais desaparecimentos não são vistos como ameaças e, portanto, não têm sido foco de investigação. Porém, em relatório elaborado após a JMJ, o SEF apontou o desaparecimento de grupos de peregrinos como uma “ameaça significativa”.

Se estes peregrinos forem identificados em situação irregular, o procedimento é claro: serão notificados para deixar Portugal num prazo de 10 a 20 dias.

A JMJ trouxe, no seu primeiro dia oficial, a revelação chocante da inspetora coordenadora do SEF, Cláudia Rocha, de que 195 jovens inscritos, na sua maioria oriundos de Cabo Verde e Angola, nunca apareceram nas atividades da diocese de Leiria-Fátima.

 

Antes da JMJ, já haveria receio sobre o uso dos vistos do evento para tentativas de imigração ilegal. Representantes de Cabo Verde e Angola já tinham expressado preocupações e alertado os jovens sobre os desafios da vida na Europa.

O jornal Expresso tentou contactar várias delegações da CPLP para obter detalhes sobre o retorno dos peregrinos, mas não obteve respostas no prazo estabelecido.

ZAP //

6 Comments

  1. Era mais que evidente que ao coberto da legalidade desta romaria , criou-se uma oportunidade para imigrar ilegalmente para a Europa e desaparecer sem deixar rasto .

  2. Um artigo que não se apoia em factos, em provas, é uma narrativa baseada em preconceitos e estereótipos. Desafio o Expresso a apontar pelo menos um caso.

  3. Porventura uma barata e eficaz maneira de entrar na Europa na boa… Para que arriscar a vida em barcos ou camiões? Portugal no seu melhor. Porreiro pá.

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