Filipe Luís não esconde que a saída de Jorge Jesus é o motivo principal para o Flamengo já ter sido afastado da Taça do Brasil e da Libertadores.
O Flamengo continua na luta pela conquista do Brasileirão mas de certeza que já não vai repetir o ano histórico de 2019. Já foi afastado da Taça Libertadores e da Taça do Brasil (que também não conquistou no ano passado) e as exibições têm sido mais modestas em relação à época passada.
Filipe Luís não tem dúvidas: “O principal fator para essa quebra é a saída do Jorge Jesus. A equipa estava dominada, sabíamos a forma de jogar. Tivemos que aprender de novo. Não é culpa do treinador, mas a mudança abala. A defesa passa a jogar de outra forma. Essa foi a principal razão”.
Foi a principal razão mas não foi a única, segundo o lateral: “A segunda é que nós, jogadores, somos os culpados. Nós assumimos a responsabilidade de não termos conseguido o objetivo da Taça do Brasil e da Libertadores”.
A antiga figura do Atlético de Madrid, ainda fazendo comparação com 2019, admitiu que foi “triste” ter assistido à saída de Jorge Jesus para o Benfica: “Era um pai, amigo, gestor. Foi traumatizante para o clube. Não importava quem viesse. Foi o Domènec Torrent, mas poderia ter sido o Mourinho, o Guardiola… Seria questionado. Foi um processo de reestruturação. Tivemos que nos reinventar. Não existem dois treinadores iguais. Pensar no passado atrapalha”.
Em conferência de imprensa realizada nesta quarta-feira, o brasileiro elogiou a “evolução” que o Flamengo tem mostrado desde a chegada do novo treinador Rogério Ceni, sucessor de Domènec Torrent – que só se manteve no cargo durante três meses.
“A equipa está numa evolução grande nas últimas jornadas. É um modelo diferente. Estamos a crescer, com uma solidez maior. Muitos dos golos são difíceis de explicar. O Rogério é completo, trabalha todos os aspectos. Linhas, compactações… tudo. Claro que exige tempo. Há diálogo e correção com vídeos. Entendemos cada vez melhor para termos a cara do Rogério Ceni”, explicou Filipe Luís, no Ninho do Urubu.
E mudar de treinador é algo normal no futebol, lembrou o internacional brasileiro, que vê o futebol no Brasil como um dos mais difíceis do planeta: “Isso é uma coisa que acontece desde que eu jogava no Figueirense, em 2003 ou 2004. O Jorge decidiu sair. Não é fácil. Como foi o Coudet no Inter. Técnicos são diferentes, tudo é diferente. Deve dar-se os parabéns para os clubes que conseguem ter calma. Mas o futebol brasileiro demonstra que é um dos mais difíceis do mundo. Pressão da comunicação social, dos adeptos… É o mais complicado”.