Jerónimo diz que conquista de Guimarães só é possível “milho a milho”

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José Sena Goulão / Lusa

O secretário-geral do PCP defendeu, esta sexta-feira, que a presença da CDU na autarquia de Guimarães só pode ser reconquistada “milho a milho”, na noite em que a dirigente do PEV Heloísa Apolónia integrou a campanha autárquica.

Sem chuva e com um dos principais largos de Guimarães quase cheio, Jerónimo de Sousa apareceu acompanhado de Heloísa Apolónia, dirigente do Partido Ecologista “Os Verdes” e antiga deputada.

Os vimaranenses, considerou, não têm dúvidas sobre o que está errado no concelho e o secretário-geral comunista explicou como é que podem ajudar a CDU a regressar ao executivo municipal.

“Milho a milho, pedaço a pedaço, homem a homem, mulher e jovem”, sustentou Jerónimo de Sousa, aludindo que cada voto faz a diferença.

Sobre os problemas que Guimarães enfrenta, coube à cabeça de lista da CDU, a deputada do PEV Mariana Silva, elencá-los.

Por um lado, o município liderado pelo PS “não foi capaz” de encontrar uma solução para os “problemas evidentes no desnivelamento da rotunda de Silvares”, uma das mais atravessadas do concelho, afirmou.

Mariana Silva também defendeu o reforço da ligação ferroviária entre Guimarães e o Porto e a criação de uma ligação direta para Braga. As duas cidades minhotas estão separadas por pouco mais de 25 quilómetros, mas ir de comboio de uma para a outra só é possível com o transbordo em Santo Tirso, demorando mais de uma hora, de acordo com a informação disponível no site da CP.

O executivo, continuou, fez a gestão da cidade através “da imposição”, por isso, o que está em causa é o “julgamento de quatro anos de maioria absoluta” socialista e a sua ação “incompetente, arrogante, eleitoralista e com falta de ambição”.

A sessão foi inteiramente dedicada a Guimarães, mas o secretário-geral do PCP reforçou os ataques ao Governo, em particular no que diz respeito à legislação laboral.

Os socialistas continuam irredutíveis, insistiu o membro do Comité Central, em “não revogar as normas gravosas” da legislação do trabalho, em particular a caducidade da contratação coletiva. Mas a convergência ainda é possível, ou, nas palavras de Jerónimo de Sousa, é possível “emendar a mão”.

Convergência houve entre Heloísa Apolónia e o secretário-geral comunista. A dirigente do PEV advogou que o Governo está “amarrado aos interesses dos grupos económicos”, umas das principais críticas apontadas por Jerónimo de Sousa.

A Coligação Democrática Unitária (CDU) – composta pelo Partido Comunista Português (PCP), pelo Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) e pela Associação Intervenção Democrática – concorre a 305 câmaras nas eleições autárquicas de 26 de setembro.

Há quatro anos perdeu nove municípios para os socialistas e contabilizou o pior resultado neste ato eleitoral.

// Lusa

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