Depois de vários anos, Jeff Bezos apresenta por fim um concorrente aos foguetões da SpaceX, em órbita pela primeira vez. Está à “procura da perfeição”.
Tem 98 metros, uma altura equivalente a um prédio de 30 andares, e foi sob um céu nublado na Flórida que foi lançado na madrugada desta quinta feira o foguetão New Glenn, da empresa Blue Origin, de Jeff Bezos.
A descolagem era aguardada há vários anos, e é resultado do investimento de milhares de milhões de dólares por parte do milionário, que faz concorrência à SpaceX de Elon Musk.
O lançamento do foguetão tinha já sido adiado esta semana devido à formação de gelo numa linha de propulsão, lembra o The Guardian.
O objetivo era colocar o New Glenn em órbita, e o objeto, que atingiu os 19 mil quilómetros de altitude, completou o objetivo com sucesso: conseguiu atingir a órbita média da Terra.
A missão durou seis horas, e Elon Musk já deu, no X, os “parabéns” ao seu rival na corrida espacial por ter sucedido “à primeira tentativa”.
No foguetão, encontrava-se o Blue Ring, uma plataforma concebida pela empresa de Bezos para apoiar e ajudar os satélites a deslocarem-se em órbita. Pode também reabastecer satélites e alojar dados, e fornece uma capacidade de computação de ponta.
A Forbes explica que, embora o voo inaugural tenha sido um sucesso, a tentativa da Blue Origin de aterrar o impulsionador numa plataforma de aterragem no Oceano Atlântico falhou. A empresa, no entanto, não tinha expectativas nesse sentido, e garantiu antecipadamente que essa conquista seria apenas um bónus.
Vamos aprender muito com o dia de hoje e tentaremos novamente no nosso próximo lançamento, na primavera. Obrigado a toda a Equipa Blue por este marco incrível”, escreveu o CEO da Blue Origin, Dave Limp, num comunicado.
Mas este foguetão,que estava a ser concebido há quase uma década, torna-se o terceiro foguetão reutilizável no sector espacial orbital. Antes dele, já o fizeram o Falcon 9 e o Falcon Heavy da SpaceX de Elon Musk.
O The New York Times faz notar que a empresa de Bezos existe há mais dois anos do que a SpaceX, que ainda assim se antecipou neste campo. Porquê?
Os especialistas do NYT explicam que pode dever-se ao facto de Bezos ter, na altura da fundação da sua empresa, uma fortuna mais estável que a de Musk, e, portanto, a Blue Origin adotou uma abordagem mais lenta e estável do que a SpaceX, que tinha de se agilizar com o investimento limitado que possuía.
Agora, o milionário parece focado no seu projeto espacial. “Talvez o que estivéssemos a fazer fosse procurar a perfeição em muitas coisas“, disse numa entrevista o ano passado. Pode ainda não a ter atingido, mas veio para fazer tremer o reinado de Musk na corrida espacial. O que se segue?