O ex-presidente do Governo da Madeira Alberto João Jardim declarou apoio à candidatura de Rui Rio à liderança do PSD para derrotar a colaboração entre socialistas e comunistas e evitar que o país se transforme “numa Venezuela da Europa”.
“Neste momento grave para Portugal e para o mundo em geral”, escreve o ex-líder madeirense num artigo de opinião publicado no matutino regional JM Madeira em que fala das razões pelas quais decidiu votar Rui Rio para presidente nacional do partido nas próximas eleições internas do PSD.
Jardim sustenta que “a prioridade é derrotar o colaboracionismo comunistas-socialistas que sonha transformar Portugal numa Venezuela da Europa”
Explicando que “mesmo retirado da política ativa, conforme tempo e calendário” que impôs a si próprio, indica que como cidadão intervém quando entende “ser um dever para com o povo madeirense, e não para agradar alguém ou ao partido [PSD]”, do qual é militante desde a fundação.
O ex-presidente do Governo Regional aponta que as suas posições pessoais continuam a “propiciar inimigos dentro e fora da Madeira, e até no próprio PSD”, salientando que “agora surgem novos episódios no PSD nacional”.
Alberto João Jardim considera que “para o PSD, mais uma vez, conseguir retirar Portugal de um novo pântano socialista, tem de ganhar as eleições no país”.
No seu entender, Rui Rio “dará um bom primeiro-ministro” porque “nas suas convicções democráticas, nunca foi atraído pela partidocracia e pelos jogos dos interesses, pessoais ou de grupos (como a maçonaria)”.
“Daí Rui Rio não subordinar o Interesse Nacional às sucessivas, pontuais e tantas vezes inúteis lutas partidárias”, nem “aos lóbis de várias naturezas, nem às pessoas que estão à espera que o PSD alavanque as respetivas ambições ou jogadas”, destaca.
Outras das razões para o apoio a Rui Rio que enuncia é o facto de este ser “a favor das ”autonomias e da descentralização de Portugal Continental”
“Como é tempo de existir um primeiro-ministro que, com seriedade, pegue nos grandes problemas da nossa Região Autónoma que estão por resolver”, vinca.
O ex-líder social-democrata insular, que esteve no poder cerca quatro décadas, tece duras críticas ao outro candidato à liderança Rui Rangel, considerando não ser “preciso ser um Prémio Nobel para perceber a viragem à direita que ele e outros pretendem”.
E complementa que “nunca, mesmo juntando toda essa direita, por si só conseguirá a maioria necessária”.
Jardim ainda recorda as posições assumidas por Rangel numa campanha eleitoral há anos, apoiando a continuidade da existência do cargo de representante da República e “exibindo uma grande ambiguidade em todas as questões importantes ainda hoje pendentes” da Madeira
Alberto João Jardim realça igualmente que Rangel “rejeitou qualquer entendimento com o PS (mesmo sem Costa)”, no que opina ser uma posição “colonialista, que impede a revisão constitucional indispensável à Madeira”.
“E, ao radicalizar Portugal em dois blocos, tenta arrasar o centro político e a classe média”, frisou, recordando que o apoio à candidatura de Rangel na Madeira está ligado ao “núcleo ligado à fação do Passos Coelho que provocou fraturas internas no PSD/Madeira, que quase levou o partido à derrota” e cuja recuperação “não está ainda completa”
Jardim conclui apelando: “Não estraguem mais, por favor!… “
As diretas no PSD estão marcadas para 04 de dezembro e, no próximo sábado, vai reunir-se o Conselho Nacional do partido, em Aveiro, para analisar a situação política e um pedido de antecipação do Congresso por parte de dirigentes distritais e conselheiros (na maioria apoiantes de Rangel) de janeiro para entre 17 e 19 de dezembro.
Rio tem-se manifestado contra a realização das diretas face à proximidade das legislativas – cuja data ainda não está marcada -, mas ainda não esclareceu se irá avançar com uma nova proposta formal de adiamento, depois de o Conselho Nacional ter rejeitado essa ideia na última reunião em outubro, ainda antes do ‘chumbo’ do Orçamento do Estado para 2022.
// Lusa