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Já se sabe quem será o primeiro não americano a pisar a Lua

NASA

Harrison “Jack” Schmitt da Apollo 17, em 1972

“A América não caminhará mais sozinha na Lua”, mas mesmo assim, o japonês vai à boleia dos EUA, com a missão Artemis, da NASA. Rover pressurizado permite despir os fatos e percorrer distâncias maiores.

Um astronauta japonês será o primeiro que não é norte-americano a pousar na Lua, como parte de uma missão do programa norte-americano Artemis, revelaram os líderes dos dois países.

“Dois astronautas japoneses participarão em futuras missões norte-americanas, e um deles será o primeiro não americano a pousar na Lua”, frisou o Presidente dos EUA, Joe Biden, durante uma conferência de imprensa conjunta em Washington, esta quarta-feira, com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.

O líder japonês, em visita oficial, saudou o “tremendo sucesso no campo espacial”, anunciando que o Japão vai fornecer em troca um veículo lunar ultra-sofisticado.

O programa norte-americano Artemis visa estabelecer uma presença humana duradoura na Lua, e deve enviar para o satélite natural da Terra a primeira mulher e a primeira pessoa negra.

Entre 1969 e 1972, o programa Apolo levou à Lua 12 homens norte-americanos, todos brancos. Estas são as únicas 12 pessoas que pisaram solo lunar.

“A América não caminhará mais sozinha na Lua”, celebrou o chefe da NASA, Bill Nelson, num vídeo publicado nas redes sociais. “A diplomacia é boa para as descobertas. E as descobertas são boas para a diplomacia”, acrescentou.

A primeira missão Artemis para devolver astronautas à superfície lunar, a Artemis 3, está planeada para 2026. A China, que chegou à Lua em 2013, espera enviar astronautas até ao final desta década, e a Rússia planeia uma nova tentativa de pouso em 2027.

Tóquio e Washington já cooperam estreitamente no domínio espacial, nomeadamente no âmbito das operações da Estação Espacial Internacional. Os dois países afirmaram que planeiam “aprofundar a sua cooperação na formação de astronautas” para atingir o seu novo objetivo, de acordo com um comunicado conjunto dos dois líderes.

Viver 30 dias num Rover pressurizado (e sem fatos)

O veículo espacial que o Japão fornecerá será um Rover pressurizado, ao contrário dos veículos lunares encomendados pela NASA a empresas privadas norte-americanas. Os astronautas não precisarão de utilizar fatos e poderão percorrer distâncias maiores. “É um habitat móvel, um laboratório, uma casa e um explorador lunar”, apontou Bill Nelson.

Dois astronautas deverão poder viver no veículo durante até 30 dias seguidos, explicou NASA, salientando que pretende poder utilizá-lo na missão Artemis 7.

A Agência Espacial Europeia (ESA) também terá assentos reservados nas missões Artemis em troca de contribuições tecnológicas significativas.

O programa Artemis foi inaugurado em 2022 com o Artemis 1, que voou com sucesso uma nave vazia ao redor da Lua. A Artemis 2 está prevista para 2025 e deverá enviar quatro astronautas numa viagem ao redor da Lua, sem pousar. Na missão estará três norte-americanos e um canadiano, já em treino. A Artemis 3 deverá então ser a primeira missão tripulada a pousar na superfície lunar desde 1972. A composição de sua tripulação ainda não é conhecida.

Mais um grande passo para o Japão

Em Janeiro, o Japão já se tinha tornado o quinto país a pousar com sucesso na Lua, ao alunar um robô.

O pouso do Slim é visto como um avanço significativo para futuras missões lunares, permitindo o pouso em regiões íngremes e potencialmente ricas em recursos vitais, como água e oxigénio.

ZAP // Lusa

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