Os olhos não mentem. Pelo menos é o que acham os investigadores da Universidade de Stirling, na Escócia, que criaram uma prova que diz se a pessoa está a mentir ou não com a monitorização dos movimentos oculares.
Os especialistas fizeram experiências com participantes que olhavam para um grupo de pessoas – uns conhecidos e outros desconhecidos. Os sujeitos do estudo tentaram mentir e ocultar a verdade a pessoas que conheciam, mas a máquina dos investigadores detetou quando estavam a mentir.
Os projeto foi batizado de ConFace e baseia o seu funcionamento na análise dos movimentos oculares enquanto o “mentiroso” olha para um ecrã de um computador. As conclusões da investigação foram publicadas em agosto na revista especializada Cognitive Research: Principles and Implications.
Liderado por Aisla Millen, investigadora de psicologia, ConFace pode ser muito útil nas rodas de reconhecimento, especialmente nos casos em que a testemunha pode estar a encobrir um possível culpado.
“Agentes usam rotineiramente fotos de rosto para estabelecer identidades-chave em crimes. Algumas testemunhas são honestas, mas muitas são hostis e intencionalmente escondem o seu conhecimento de identidades”, disse Millen. “Por exemplo, redes criminosas, como grupos terroristas, podem negar o que sabem para proteger uns aos outros, ou uma vítima pode ter muito medo de identificar o seu agressor”.
Especificamente, os investigadores usaram um processo conhecido como “teste de informação oculto” (CIT), que rastreia os movimentos dos olhos. Em cada teste, os participantes negaram conhecer uma identidade que lhes era familiar e rejeitaram corretamente rostos desconhecidos, pressionando um botão e dizendo “não”.
A maioria não conseguiu esconder a sua reação se reconhecesse um rosto. Além disso, determinou-se que, quanto mais pessoas tentassem esconder, mais “marcadores de reconhecimento” seriam produzidos.
“Em vez de procurar sinais diretos de mentiras, procuramos marcadores de reconhecimento nos padrões de fixação dos olhos. Por exemplo, a forma como as pessoas olhavam para uma foto de alguém que reconheciam em comparação com alguém que não conheciam”, explicou Millen. “Quanto mais indivíduos tentavam escondê-lo, mais marcadores de reconhecimento existiam. Estes resultados sugerem que é difícil esconder vários marcadores de reconhecimento de uma só vez”.
Não é um sistema novo, já que o CIT é usado no Japão. Na verdade, os principais especialistas japoneses no campo foram contatados para criar o ConFace. No entanto, pouco tem sido estudado sobre o seu uso e sucesso no reconhecimento facial.
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