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Já morreram 100 crianças na Índia devido a um vírus cerebral associado à lichia

Já morreram 100 crianças devido a um surto de encefalite aguda no estado de Bihar, na Índia. Destas, 20 morreram em apenas um dia, a 16 de junho, escreve a imprensa local esta segunda-feira.

As primeiras notícias que davam conta deste surto começaram a surgir no final da passada semana, apontado que existiam cerca de 40 vítimas. O número parece estar a crescer, atingindo agora 100 crianças indianas.

O Ministro da Saúde da Índia, Harsh Vardhan, assegurou durante uma visita a um hospital na cidade de Muzaffarpur que o Governo “não deixará pedra sobre pedra” para “conter o quanto antes” esta epidemia, que é, geralmente, causada por infeções virais.

As autoridades indianas estimam que o desenvolvimento deste surto pode estar relacionado a uma substância tóxica encontrada nas lichia, fruta popular na região.

Os especialistas estão em linha com esta justificação, acreditando que as mortes dos menores se deve ao consumo de lichia, que contém hipoglicina, substância que se pode tornar tóxica sob altas temperaturas. A Índia, recorde-se, tem sido assoladas por ondas de calor. Só em 24 horas, as altas temperaturas fizeram 49 mortos.

De acordo com o ministro-chefe de Bihar, Nitish Kumar, esta doença atinge, por norma, crianças que apanham estes frutos do solo e os comem antes de dormir porque “têm o estômago vazio”, explicou o governante.

Segundo escreveu o jornal local Hindustan Times, a lichia não é a causa direta das mortes mas sim a hipoglicemia ou a falta de açúcar. Vários estudos indicam que a toxina presente na lichia bloqueia a produção de açúcar pelo organismo, principalmente quando ingerida à noite e de estômago vazio, o que combinado com a redução natural de açúcar no sangue durante o sono pode causar a morte de crianças malnutridas.

“Já acrescentamos camas nos hospitais e o ministério destacou uma equipa de 5 médicos especialistas que estão a investigar os casos, assim como a sensibilizar a população sobre a encefalite aguda”, indicou o representante local do ministério da Saúde, Mangal Pandey.

ZAP //

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