Uma italiana de 92 anos reencontrou a sua filha, uma alemã de 71 anos, que lhe foi retirada à nascença no final da Segunda Guerra Mundial, divulgou hoje a imprensa local.
Originária da aldeia de Novellara, na região de Emília-Romanha, norte de Itália, a mulher foi enviada para trabalhar na Alemanha e ficou grávida em 1944 de um soldado alemão casado.
A família do soldado retirou-lhe a criança à nascença, mas a jovem italiana, que regressou a casa no final da guerra, manteve sempre a esperança de voltar a encontrar a filha, que recebeu o nome de Margot Bachmann, refere o jornal Il Quotidiano.
Margot Bachmann tinha conhecimento de que a mãe era italiana, mas pensava que já tinha morrido.
Em 2014, depois da morte do pai, Margot Bachmann, já septuagenária, recorreu a um centro alemão de documentação sobre a guerra, o Serviço Internacional de Rastreio, ITS, para tentar saber mais sobre a sua mãe.
Com a ajuda da Cruz Vermelha italiana, o ITS descobriu que a mãe de Margot Bachmann ainda se encontrava viva, tendo as duas mulheres conseguido reunir-se este fim-de-semana em Novellara.
“Quando comecei a procurar saber um pouco mais, nunca imaginei que viria a abraçar a minha mãe um dia”, disse Bachmann ao Il Quotidiano.
“O meu pai proibiu-me de a procurar, mas depois da sua morte e com a ajuda preciosa da minha própria filha, voltei a fazê-lo”, acrescentou.
O reencontro “foi um pequeno milagre”, afirmou Laura Bastianetto, a porta-voz da Cruz Vermelha italiana, que testemunhou a reunião.
“É raro que uma mãe e uma filha se reencontrem após 71 anos”, acrescentou, salientando que isso acontece mais frequentemente entre irmãos.
/Lusa
Mais vale tarde do que nunca, espero que disfrutem os anos perdidos no presente e no futuro