Itália pondera começar a fechar os portos a refugiados

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Marinha italiana resgata imigrantes norte-africanos em Lampedusa

Marinha italiana resgata imigrantes norte-africanos em Lampedusa

O embaixador de Itália na União Europeia, Maurizio Massari, enviou uma carta à Comissão europeia, na qual diz que a situação se tornou “insustentável” e por isso vai começar a impedir que barcos de outros países e requerentes de asilo atraquem nos portos do país.

O primeiro ministro italiano Paolo Gentiloni acusou a Europa de “desviar o olhar”, no que toca à crise de refugiados. Nos últimos quatro dias, cerca de dez mil pessoas atravessaram o Mediterrâneo – rumo a Itália – para tentarem obter asilo na Europa. E, desde o início do ano, mais de 73 mil pessoas já desembarcaram no país, um aumento de 14% face a 2016, segundo o Expresso.

Desde janeiro, cerca de duas mil pessoas já morreram ou desapareceram na travessia, segundo a Agência da ONU para os Refugiados, na sua maioria vindas da Líbia. Itália tornou-se na maior porta de entrada marítima para a União Europeia, depois do encerramento da rota dos Balcãs, em março de 2016.

A Guarda costeira de Itália passou a liderar as operações de resgate, mas muitos barcos pertencem a organizações não governamentais e navegam com bandeiras de outras nações, incluindo de países da União Europeia, o que dificultará a operação.

Uma fonte oficial do governo italiano disse à agência Reuters que “a Itália atingiu um ponto de saturação”. O ex-primeiro ministro Matteo Renzi também já comentou o assunto, dizendo que o povo italiano precisa de uma “solução e que é urgente encontrar uma estratégia de longo prazo” para lidar com o problema.

O comissário europeu para a Imigração disse aos jornalistas que a Itália “tem razão” sobre a insustentabilidade da situação e que está na altura dos Estados-membro da UE “reforçarem” os contributos, garantindo apoio financeiro a Itália e ajuda externa a nações africanas, nomeadamente a Líbia, para reduzir o número de partidas.

ZAP //

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