Alerta total para ataque “iminente” dentro das fronteiras israelitas como retaliação pelo ataque à embaixada iraniana em Damasco. EUA farão “tudo” para proteger Israel, garante Biden.
Está a ser descrito como o “momento mais perigoso no Médio Oriente desde 1973”. As Forças de Defesa da Israel (IDF) estarão em alerta total à medida que Israel se prepara para um ataque iraniano que terá lugar algures nas próximas horas, avança uma fonte de Telavive ao jornal norte-americano The Wall Street Journal esta quinta-feira.
De acordo com a fonte, o ataque pode ocorrer ainda esta sexta-feira ou no sábado. O ataque pode mesmo ocorrer dentro das fronteiras de Israel, garantem os serviços secretos dos EUA.
“Está iminente um grande ataque com mísseis ou drones por parte do Irão ou dos seus proxies contra alvos militares ou do governo em Israel”, garantem responsáveis norte-americanos que falaram com a Bloomberg. O ataque “pode acontecer nos próximos dias”: “a questão é quando, não se”, dizem.
Do lado iraniano, fontes garantem ao jornal que a decisão ainda não está tomada, mas reconhecem que a hipótese está em cima da mesa em Teerão.
Ataque em Damasco desencadeia resposta
À Reuters, fontes iranianas dizem ter sinalizado os EUA de que iriam responder ao ataque israelita de 1 de abril à embaixada do Irão em Damasco, na Síria, em que, entre um total de 16 mortos, dois altos quadros militares iranianos morreram, incluindo um responsável da força de elite (Quds) do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica iraniana.
O líder supremo do Irão, o ‘ayatollah’ Ali Khamenei, avisou: Israel “deve ser e será punido”.
Do lado de Israel, a resposta é parecida: “Se o Irão realizar um ataque a partir do seu território, Israel responderá e atacará o Irão”, assegurou o ministro dos Negócios Estrangeiros israelita, Israel Katz. O primeiro-ministro Netanyahu disse o mesmo, com palavras diferentes: “Quem quer que nos magoe, nós vamos magoá-los. Estamos preparados para atender a todas as necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto defensivamente quanto ofensivamente”.
Israel ataca com frequência alvos na Síria, mas desta vez, meteu-se com uma representação do Irão no estrangeiro, que Teerão considera território iraniano. A retaliação, agora, é “imperativa”, diz a missão de Teerão das Nações Unidas.
“Tivesse o Conselho de Segurança condenado o ato de agressão do regime sionista contra as nossas instalações diplomáticas e levado depois os seus perpetradores à justiça, o imperativo para o Irão de punir este regime pária podia ter sido evitado”, lê-se numa publicação na rede X (antigo Twitter).
EUA farão “tudo” para proteger Israel
A Casa Branca alertou o Irão para não usar o ataque em Damasco como pretexto para aumentar ainda mais a escalada militar na região, apesar de se queixar de que não foi avisada por Israel sobre o ataque ao local diplomático, segundo o The Washington Post. Já o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano acusa os EUA de darem “luz verde” ao ataque israelita. Agora, a retaliação está iminente.
Os EUA já estão à espera do ataque contra Israel e o Presidente Joe Biden, poucas horas depois do alarme, garantiu: o país fará “tudo” o que estiver ao seu alcance para “proteger a segurança” de Israel.
Por outro lado, uma fonte da da administração norte-americana garantiu que o ataque não vai ser grande o suficiente para arrastar Washington para o conflito.
Os EUA têm estado em alerta máximo sobre possíveis ataques de retaliação do Irão e os enviados dos EUA têm trabalhado para diminuir as tensões.
Esta quinta-feira, um general norte-americano responsável pelo Médio Oriente esteve em Israel para discutir com altos funcionários militares as “ameaças à segurança na região”, divulgou o Departamento de Defesa dos EUA. A visita já estaria planeada, mas foi antecipada “devido aos recentes desenvolvimentos”, explicou Pat Ryder, o porta-voz do Pentágono.
Alguns sinais têm sido claros: a Lufthansa — única companhia aérea a voar para Teerão — suspendeu os voos para o Irão até sábado; a Rússia pediu aos seus cidadãos para evitarem viajar para países como Israel, Líbano e Irão; até mesmo os EUA estão a restringir os movimentos dos seus diplomatas e avança o Público que alguns países do Médio Oriente estão a preparar as suas embaixadas para a eventualidade de um ataque.