HAITHAM IMAD/EPA

O palestiniano Marwan al-Hams, diretor do Departamento de Hospitais de Campanha em Gaza, reage enquanto inspecciona os danos no interior do edifício cirúrgico do Hospital Nasser, um dia depois de este ter sido alvo de ataques israelitas, em Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza.
Ismail Barhum era líder político e o nomeado para chefiar o governo da Faixa de Gaza. Ataque matou pelo menos outras quatro pessoas. Este fim de semana, foi ultrapassada a marca dos 50 mil palestinianos mortos desde outubro de 2023.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) e os Serviços de Segurança Interna israelitas (Shin Bet) confirmaram esta segunda-feira a morte de Ismail Barhum, membro do Hamas nomeado para chefiar o governo da Faixa de Gaza.
Barhum pertencia ao Comité Executivo do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) e fora designado pelo grupo radical palestiniano para suceder ao falecido Isam al-Dalis como chefe do governo da Faixa de Gaza, que tutela desde 2007.
Barhum era o responsável pela pasta das Instituições e Finanças. As autoridades israelitas consideram-no também uma “figura central” do aparelho político da organização e o responsável pelas decisões contra as IDF (Forças de Defesa de Israel) na Faixa de Gaza. Como chefe das finanças do Hamas, era responsável pelo envio de fundos para a ala militar da organização, as Brigadas Ezzeldin al-Qassam, para “planear e executar conspirações terroristas contra o Estado de Israel”, segundo argumentaram os militares israelitas numa publicação nas redes sociais.
“Estes fundos financiavam a sobrevivência da organização na Faixa de Gaza e eram utilizados para atividades terroristas e para a compra de armas, que constituíam uma ameaça para os cidadãos do Estado de Israel”, referiram as autoridades militares israelitas, avisando que vão continuar a atuar contra o Hamas e “eliminar qualquer ameaça para os cidadãos” do país.
O anúncio das autoridades israelitas confirma as informações fornecidas na véspera pelo governo de Gaza, que indicavam que Barhum tinha morrido na sequência de um ataque do exército israelita ao edifício de cirurgia do Hospital Nasser, em Khan Yunis, onde o chefe do executivo do enclave recuperava de ferimentos sofridos num ataque anterior.
O Hospital Nasser foi bombardeado por Israel e ainda se encontra em chamas. Pelo menos outras quatro pessoas morreram no ataque, além do líder político do grupo islamita. O ataque seguiu ampla inteligência e usou munições precisas para minimizar os danos no local.
#BREAKING The moment of impact at the Nasser Hospital was also caught live on Al Jazeera. pic.twitter.com/1kQwdRHYTY
— Intel Net (@IntelNet0) March 24, 2025
O exército israelita sublinhou o facto de Barhum se encontrar no hospital como “mais um exemplo de como a organização terrorista Hamas viola sistematicamente o direito internacional” ao apoderar-se de infraestruturas civis e ao utilizar a população como “escudo humano para as suas operações”.
Barhum não foi o único
Israel, por seu lado, confirmou um “ataque dirigido a um ‘terrorista-chave’ da organização” após um “processo de informação exaustivo”, sem dar mais pormenores.
No domingo, o Hamas confirmou a morte de um outro alto funcionário do gabinete político em Gaza, Salah al-Bardawil, “alto funcionário do gabinete político do Hamas que liderou o plano estratégico e militar do movimento”, num ataque aéreo israelita ocorrido no sábado.
Al-Bardawil, de 65 anos, terá sido morto juntamente com a mulher num campo em al-Mawasi, perto de Khan Yunis. O alto funcionário do Hamas ter-se-á juntado ao grupo islamita palestiniano quando este foi fundado em 1987, servindo como porta-voz em Khan Yunis antes de subir na hierarquia até ser eleito para o gabinete político em 2021.
O Hamas descreve que al-Bardawil denunciou a cooperação de segurança entre a Autoridade Palestiniana e Israel e apoiou a luta armada contra Israel. Foi preso por Israel em 1993 e interrogado por 70 dias em prisões em Gaza e Ashkelon, no sul de Israel, segundo relatou o grupo radical. Também terá sido preso diversas vezes pelas forças de segurança da Autoridade Palestiniana.
Este domingo, o número de palestinianos mortos desde outubro de 2023 ultrapassou a marca dos 50 mil, segundo o ministério da Saúde de Gaza.
ZAP // Lusa
Guerra no Médio Oriente
-
24 Março, 2025 Israel faz explodir hospital e elimina sucessor do “primeiro-ministro” do Hamas
-
23 Março, 2025 Israel mata líder político do Hamas