Israel está a preparar-se para retomar a construção de colonatos na Cisjordânia ocupada após um hiato de quase um ano, disse na quarta-feira o ministro da Defesa, Benny Gantz.
Segundo avançou o Guardian, um comité do conselho de planeamento deve se reunir na próxima semana para aprovar 2.000 novas unidades habitacionais para colonos judeus nos territórios palestinianos, bem como 1.000 unidades para palestinianos que vivem na Área C da Cisjordânia, sob domínio militar israelita, indicou Gantz.
A aprovação de novos colonatos seria a primeira desde que Naftali Bennett assumiu o cargo de primeiro-ministro. Esta medida parece ter como objetivo apoiar a Autoridade Palestiniana e evitar atritos durante a primeira visita de Estado de Bennett aos Estados Unidos (EUA).
Desde a guerra árabe-israelita de 1967, aproximadamente 475.000 colonos judeus construíram colonatos na Cisjordânia ocupada, uma prática considerada ilegal pela maioria da comunidade internacional.
De acordo com o Axios, a construção de colonatos aumentou 150% durante os quatro anos em que Donald Trump ocupou a presidência dos EUA, em comparação com o segundo mandato de Barack Obama.
Autoridades norte-americanas alertaram Israel sobre ações que poderiam prejudicar a viabilidade de uma solução de dois Estados, incluindo a construção de colonatos, o despejo de palestinianos e a demolição das suas casas.
A construção de colonatos é uma das linhas divisórias no novo governo de Israel: a coligação inclui esquerdistas que se opõem à construção; membros da direita, como Bennett, que são a favor; e, pela primeira vez, representantes de um partido árabe. A medida foi criticada por todo o espetro político israelita.
